Depois de ontem ter recebido a nomeação para melhor guarda-redes do mundo de futsal, Ana Catarina Pereira, guardiã do futsal feminino do Benfica, revela-se muito contente, não só pela sua nomeação, como também pela nomeação do Benfica para melhor equipa feminina de futsal de 2020.
À conversa com o SAPO Desporto, minutos depois do anúncio da nomeação da equipa das 'águias' pela FutsalPlanet, a atleta das águias não escondeu o entusiasmo e a esperança de surgirem mais nomeações entre as suas colegas de equipa.
"Estou muito contente! Agora estou a ver se alguma das minhas colegas fica nomeada para melhor jogadora do mundo, uma ou mais... Aí era a felicidade extrema", diz-nos.
A nomeação da equipa encarnada surge depois de uma época no mínimo atípica, marcada inevitavelmente pela pandemia, mas que terminou da melhor forma, com a conquista da Taça de Portugal no passado dia 27 de dezembro, frente ao Desportivo das Chaves.
Foi a sexta Taça de Portugal do futsal feminino do Benfica, que tem somado troféus atrás de troféus nos últimos anos. O segredo? Ana Catarina Pereira considera que a consistência e a competitividade são fundamentais.
"Somos uma equipa bastante consistente, muito competitiva tanto em treino, como em jogo. Temos um grande grupo com muito talento, muito competitivas, fortes a nível mental e acho que somos um grupo muito bom a trabalhar. A forma como trabalhamos e nos empenhamos nos treinos, tem ajudado a todo o sucesso", explica-nos.
"‘É à Benfica’. Todas as competições em que entramos são para ganhar"
Mas não pense que com tantos troféus, a fome de títulos esmoreceu. A guardiã coloca como objetivo a conquista de todos os troféus em disputa esta época.
"É como se costuma dizer ‘É à Benfica’. Todas as competições em que entramos são para ganhar. Ganhar o título de campeãs nacionais. Tínhamos o objetivo de ganhar a Taça de Portugal do ano passado e foi cumprido. A Taça da Liga foi criada este ano, vai ser uma Final Four [em março] e o objetivo também passa por ganhar essa competição, além voltar a ganhar a Taça de Portugal pela sétima vez", realça a atleta de 28 anos.
O ano que terminou há dias não foi fácil para ninguém e no desporto não foi exceção. As competições pararam e o mundo ficou fechado em casa. O regresso, meses depois, obrigou a cuidados especiais.
"Para voltar de novo tivemos de ter alguns cuidados na pré-época porque foi uma paragem muito longa. (...) Não entrar logo com tudo para não causar lesões, mas acho que a nossa equipa técnica soube gerir bem o nosso esforço nesse aspeto", afirma.
Ana Catarina admite que "foi o ano mais complicado da minha vida, devido ao confinamento que todos passámos".
"Foi algo que nenhum de nós imaginou que fosse possível, ou se nos contassem que podia acontecer nós banalizávamos a situação", acrescenta.
Com 2020 colocado para trás das costas, 2021 começa bem, com a guardiã a voltar a ser nomeada para o prémio de melhor guarda-redes do ano, nos prémios atribuídos pela FutsalPlanet. A atleta do Benfica já conquistou o prémio em 2018 e pode igualar o recorde de Belén De Uña, que arrecadou o prémio em 2015 e 2016.
Questionada sobre a concorrência para a conquista do prémio e sobre qual poderá ser a sua maior adversária, Ana Catarina explica-nos que o que aconteceu em 2020 torna difícil analisar devidamente todas as adversárias e apostar numa vencedora.
"Acho que qualquer uma delas pode ser, a questão que se coloca aqui é que, por exemplo, as guarda-redes espanholas [ndr. Caridad García e Marta Balbuena] acabaram por concluir o campeonato nacional delas, se bem que as duas que lá estão não foram campeãs nacionais. A guarda-redes russa [Anastasia Ivanova] sei que infelizmente teve uma grave lesão, não sei se acabou por terminar a época ou não. No Irão [Zeinab Karami] não sei se houve campeonato ou não, se foi concluído ou não", começa por nos explicar, antes de abordar mais em profundidade as dificuldades nesta análise.
"Devido à visibilidade que o futsal feminino tem comparado com o futsal masculino e com o futebol de onze, num ano como este torna-se ainda mais difícil considerar alguém como favorito ou como justa vencedora", analisa, explicando que o mesmo se passa com os prémios para melhor equipa.
Com três campeonatos nacionais, seis Taças de Portugal e quatro supertaças no currículo em 13 anos ao serviço do Benfica, quais são os troféus que faltam na vitrine de conquistas de Ana Catarina Pereira? Além da Taça da Liga, que se estreia este ano, a guardiã olha também para a Europa.
"O torneio europeu pelo Benfica que, apesar de não ser oficial, não deixa de ser uma ambição que todas nós temos dentro do clube, de conquistar um torneio europeu. E, obviamente, ser campeã da Europa pela Seleção Nacional, que espero que seja em 2022...", deseja a atleta.
*Artigo atualizado às 16h51
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