O ciclista esloveno Primoz Roglic (Red Bull-BORA hansgrohe) concretizou hoje o seu favoritismo na Volta a Espanha ao subir à liderança, após vencer, isolado, a 19.ª e antepenúltima etapa, destronando o australiano Ben O’Connor (Decathlon AG2R La Mondiale).

Para um desafio que terminava numa contagem de primeira categoria, Roglic partiu com apenas cinco segundos de atraso para Ben O’Connor, com algumas limitações na alta montanha, e atacou a 5,8 quilómetros da meta, enquanto o seu rival mostrou brio e combatividade, porém fraquejou no último quilómetro e perdeu tempo para os restantes favoritos, o que ainda lhe pode complicar um lugar no pódio.

Os 173,5 quilómetros entre Logroño e o Alto de Moncalvillo foram cumpridos por Roglic, que já tinha ganho a quarta e a oitava tirada, em 03:54.55 horas, deixando o francês David Gaudu (Groupama-FDJ) e o dinamarquês Mattias Skjelmose (Lidl-Trek), segundo e terceiro classificados, respetivamente, a 46 segundos.

Enric Mas, que a 3.5 quilómetros ainda atacou para tentar apanhar Roglic, pagou o esforçou na parte final e acabou em quarto, a 50 segundos, não conseguindo apanhar, na geral, O’Connor, que liderava desde a sexta etapa, e que também colapsou nos derradeiros 1.000 metros, concluindo em 12.º, a 1.49 minutos.

“Não me surpreendeu o ataque do Roglic, eu é que não esperava estar tão mal no último quilómetro. Fiquei algo desiludido, mas é a realidade. Fiz o meu melhor. Sábado e domingo são dias ainda importantes. Que chegue segunda-feira para poder beber uma cerveja no terraço…”, disse Ben O’Connor.

Roglic lidera agora com 1.54 minutos de avanço para O’Connor, enquanto Enric Mas está a 26 segundos do australiano: perdendo tempo para os principais rivais, ao ser nono, o equatoriano Richard Carapaz (EF Education-Easy Post) é quatro da geral, a 02.54 do comandante, com o francês David Gaudu (Groupama-FDJ), sempre em crescendo, a ser quinto, já a distantes 4.33.

“Prefiro estar à frente do que atrás e ter esta vantagem do que cinco minutos de atraso. Estou satisfeito comigo e com a equipa, mas sábado e domingo esperam-nos dias complicados”, avisou Roglic.

Depois de ganhar a Vuelta em 2019, 2020 e 2021, Roglic prepara-se para igualar o espanhol Roberto Heras, que é recordista na competição, após vencer as edições de 2000, 2003, 2004 e 2005.

O português Nélson Oliveira (Movistar) foi 109.º, a 16.43, caindo uma posição, para 76.º, a 02:51.42.

No sábado, o pelotão enfrenta a 20.ª e penúltima etapa, com 172 quilómetros entre Villarcayo e Picón Blanco, uma contagem de primeira categoria, a terceira, numa viagem com outros quatro topos, dois de segunda e outros tantos de terceira.

A 79.ª edição da Vuelta, que arrancou de Lisboa para três etapas em solo português, termina no domingo, com o contrarrelógio individual em Madrid, de 24,6 quilómetros.