Francisco Cabral reconheceu hoje que faltou “um bocadinho de energia” ao par português, com Nuno Borges a assumir que os dois tenistas ambicionavam mais do que a segunda ronda do torneio olímpico de pares de Paris2024.
“Eles jogaram logo muito agressivo desde o início e nós a ver um bocadinho a coisa a passar. Entrámos logo um ‘break’ abaixo, eles muito, muito agressivos nas primeiras duas bolas, serviço-resposta, sempre com muitas intenções de querer ganhar o ponto logo, sem qualquer hesitação, quer metessem a bola ou não. E acho que isso nos pares vale muito, e apesar de não serem os mais otimizados no par, a servir e responder, eu acho que são dos melhores do mundo”, analisou Nuno Borges.
No court 9 do complexo de Roland Garros, o par português perdeu com os alemães Jan-Lennard Struff e Dominik Koepfer, pelos parciais de 6-2 e 6-2, em 56 minutos.
O número um nacional e 42.º jogador mundial de singulares admitiu que hoje ele e o seu parceiro de sempre não estiveram “à altura do nível” dos adversários.
“Acho que, essencialmente, também faltou um bocadinho de energia. Eles estavam claramente mais dinâmicos, mais, não sei, aos saltos, qualquer coisa. Eles estavam claramente em cima de nós e acho que o facto de terem começado os dois sets com uma grande vantagem tornou-lhes o jogo muito fácil”, destacou Cabral.
Para o portuense, “não foi o momento do torneio, o serem os Jogos Olímpicos, mas mais a maneira como o jogo estava a decorrer” que ditou a derrota do par nacional.
“Realmente, nós tentámos, nós fizemos jogadas que achámos boas, tentámos ficar atrás, tentei serviço-rede, tentámos servir mais devagar, mais rápido. De facto, eles estavam a encontrar soluções para tudo. Tal como eu tinha dito, é mais fácil jogar por cima do marcador, eles têm esse mérito, porque construíram as vantagens desde cedo e nós não tivemos a capacidade de contrariar o jogo deles hoje”, reforçou.
Cabral garantiu que os lusos nem procuraram saber qual era a lesão de Struff, que desistiu da segunda ronda de singulares pouco antes da hora a que estava marcado o duelo de pares, e nunca pareceu em dificuldades frente à dupla nacional.
“Se ele vinha jogar o par é porque se sentia pronto para jogar o par, ele é um jogador experiente, não ia pôr a saúde dele em risco. E tal como o Nuno disse, eles provavelmente viram aqui uma boa hipótese de juntos irem longe e [Struff] deu tudo na variante de pares e claramente correu bem para eles”, disse o portuense.
Num balanço mais geral da estreia olímpica, Nuno Borges reiterou que a presença em Paris2024 já foi “um ‘highlight’”.
“Mas não vou mentir e dizer que estamos satisfeitos com esta segunda ronda, porque fomos a jogo para ganhar e ambicionamos mais. Eu, pelo menos, e também acho que o Francisco sim, estávamos preparadíssimos para ganhar este jogo e ir com tudo para irmos mais longe. Não foi possível e, agora, a quente não sabe bem, mas acho que temos que olhar para a caminhada toda para trás, e realmente o trabalho que foi feito, principalmente no último ano, que nos deu entrada aqui, é de louvar”, defendeu.
Ainda com a derrota na segunda ronda bem presente, os dois tenistas, que caíram na primeira ronda de singulares – Cabral também perdeu com Struff e as suas derrotas foram todas por 6-2 -, não querem para já pensar em Los Angeles2028.
“Acho que pensar, não pensamos, obviamente faltam quatro anos. No ténis, um momento, um mau movimento pode mudar um ano, uma carreira. Claro que é um objetivo, nós queremos estar em Los Angeles em 2028. Se Deus quiser juntos e se Deus quiser fazer melhor”, disse Cabral, enquanto Borges notou que é difícil estarem focados “já tão longe”.
Depois, “quando o tempo vier”, colocarão novamente objetivo de voltar a jogar o torneio olímpico, de preferência juntos.
“Hoje de manhã, […] estávamos a treinar uma foto que vimos, minha em sub-11 ou sub-12, estávamos a falar que já jogávamos desde aí, portanto, claro que é especial e sabe melhor jogar com o Nuno aqui”, concluiu Cabral.
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