O suíço Colin Stüssi (Vorarlberg), vencedor em 2023, o uruguaio Mauricio Moreira (Sabgal-Anicolor), campeão de 2022, e António Carvalho (ABTF-Feirense), terceiro no ano passado, mostraram hoje vontade de vencer a 85.ª Volta a Portugal, que começa na quarta-feira.
“A ambição deve sempre ser voltar a vencer. Não tive uma época perfeita, estive quatro vezes doente este ano. Não sei em que forma estarei, tenho treinado bem e vamos ver o que acontece na estrada”, disse Stüssi aos jornalistas, à margem da apresentação das equipas.
Segundo o suíço, a forma física é a principal incógnita para o regresso às estradas portuguesas, depois de surpreender o pelotão nacional com a vitória na 84.ª edição, assumindo assim a maior vitória da carreira e ganhando o ‘direito’ de voltar.
De resto, o ciclista de 31 anos pode ser o primeiro vencer a Volta dois anos seguidos desde o espanhol Gustavo Veloso, em 2014 e 2015, tendo os austríacos reforçado a equipa para esse desígnio.
“Temos alguns corredores muito bons, sobretudo na alta montanha. Vai ser interessante, temos boas cartas para jogar”, afirmou.
Já ‘Mauri’, que venceu em 2022 e foi ‘vice’ em 2021, assume que a equipa “tem trabalhado para isso”, sendo o “isso” a tão desejada vitória na Volta, com “muitos meses de preparação”.
Questionado sobre se será líder de uma equipa que tem também o russo Artem Nych, quarto em 2023, e o português Frederico Figueiredo, sétimo, responde sem contemplações. “Sim”, atirou.
De resto, este estatuto não causa “nenhum problema”, por trabalhar para liderar e poder contar com a equipa “para salvaguardar as costas”.
“Tenho 100% de confiança no trabalho que fizemos. Acho que temos tudo para que corra bem. Até aqui, o nosso trabalho foi feito da melhor maneira, agora precisamos de sorte, nas circunstâncias de corrida”, acrescentou.
Quanto a adversários, vê “muitos estrangeiros muito fortes”, mas também equipas nacionais que “se reforçaram a pensar na Volta”.
O mais comedido na definição de um objetivo claro foi António Carvalho, melhor português em 2023 e, para muitos, a principal esperança nacional de voltar a encimar a ‘rainha’ do calendário velocipédico português.
“Venho para a Volta a Portugal sempre com a mesma ambição, não de ganhar ou não, mas dar o melhor de mim. Depois, o melhor resultado, seja qual for, a corrida é que vai ditar”, refere.
Assume estar em boas condições e ter “uma equipa bastante mais forte, bastante mais unida”, que sabe “as suas melhores características e desempenho em cada terreno”, além de muita juventude, que torna a formação que lidera “mais atrevida”.
Ainda assim, o pragmatismo faz do ciclista de 34 anos um homem humilde e que rejeita afirmar, categoricamente, que quer vencer a corrida.
“Tenho ambição de, em cada Volta, terminar bem e com saúde, para chegar a casa para os meus filhos e família. Adorava ganhar uma Volta, (...) mas sonho e matuto muitas vezes na cabeça que tenho de ganhar? Não”, refletiu.
A 85.ª Volta a Portugal arranca na quarta-feira, com o prólogo, em Águeda, terminando, mais 1.539,5 quilómetros depois, em Viseu, em 04 de agosto.
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