O ciclista venezuelano Orluis Aular (Caja Rural) prolongou hoje o seu idílio com Portugal, ao vencer a primeira etapa da 39.ª Volta ao Alentejo, prova que também lidera, apenas três dias depois de conquistar a Clássica da Arrábida.
Aular voltou a mostrar-se superior ao pelotão nacional, impondo-se ao ‘sprint’ ao seu companheiro português Iúri Leitão, com o duo da Caja Rural, que cumpriu a tirada em 4:05.56 horas, a bater Leangel Linarez e João Matias, a dupla da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados, que ficou com os terceiro e quarto lugares.
“A equipa fez um grande trabalho do princípio ao fim. Sabíamos que, depois da última curva, eram 300 metros, e a ideia era tentar eu de longe e, se falhasse, o Iúri podia passar-me ao ‘sprint’. Tomei a iniciativa e consegui”, descreveu o primeiro camisola amarela da 39.ª ‘Alentejana’.
Envolto num ‘nuvem’ de poeira, o pelotão partiu de Vendas Novas para os 176,7 quilómetros até Sines e os ataques foram-se sucedendo, sem sucesso, até que Fábio Oliveira e Venceslau Fernandes, ambos da ABTF-Feirense, se destacaram, percorridos que estavam 45 quilómetros.
O duo foi rapidamente alcançado por Tiano da Silva (ProTouch), César Fonte (Kelly-Simoldes-UDO) e Rodrigo Caixas (LA Alumínios-Credibom-MarcosCar), com os fugitivos a atingirem uma vantagem máxima de quatro minutos, paulatinamente reduzida graças ao trabalho da Euskaltel-Euskadi.
A aventura da jornada acabou a 20 quilómetros da meta, já sem Tiano da Silva entre os fugitivos, mas não sem antes Caixas ter assegurado a liderança de três classificações: da montanha, das metas volantes e da juventude.
“Isto é fruto do trabalho que eu tenho vindo a desenvolver. Não tem sido fácil conciliar a faculdade com o ciclismo e tenho-me aplicado ao máximo, porque este é um ano de afirmação, porque é o meu último como sub-23. Quero afirmar-me como um bom ciclista para dar um passo em frente”, reconheceu o jovem estudante de Engenharia Eletrotécnica, de 21 anos.
A alegria de Caixas, campeão europeu de scratch na categoria de sub-23, pelo destaque conquistado numa jornada em que aspirava apenas envergar a camisola da montanha, só encontrou paralelo na euforia de Orluis Aular e do seu companheiro português Iúri Leitão, que cruzou a meta de braços erguidos, como se a vitória tivesse sido sua – e foi-o no ano passado, neste mesmo local.
O português, que na partida em Vendas Novas confidenciava que o propósito da equipa na 39.ª edição era conquistar a amarela final, é segundo da geral, a quatro segundos do antigo campeão venezuelano de contrarrelógio (2019), a mesma diferença que Caixas, o terceiro classificado, tem para Aular.
Agora, o camisola amarela traça como objetivos “lutar dia a dia, cada etapa”, a começar já na quinta-feira, na ligação de 187,7 quilómetros entre Beja e Portel, com o contrarrelógio de sábado na ‘mira’.
“Dou-me muito bem nos ‘cronos’ e, se puder fazer um bom contrarrelógio, creio que poderei aspirar à [vitória na] geral”, anteviu.
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