O ciclista da Efapel Abner González compete na Volta a Portugal, na estrada até 04 de agosto, a sonhar com novo bom resultado, depois de ser sexto em 2021, para voltar ao WorldTour e continuar a orgulhar Porto Rico.

Aos 23 anos, o único ciclista daquele território caribenho presente em alguma equipa dos três primeiros escalões da União Ciclista Internacional (UCI) compete em Portugal em busca de voltar ao WorldTour, em que correu três anos pela Movistar, mas encantado com o país e ‘ganas’ de vencer a Volta.

“É a Volta caseira para a equipa e está a tornar-se a volta de casa para mim também. Estamos todos muito motivados. Sinceramente, vimos dar o melhor de nós mesmos e com o objetivo de ganhar, seja com que companheiro seja”, assume, em entrevista à Lusa.

Tricampeão de fundo e uma vez campeão nacional no contrarrelógio, González tem um perfil descontraído e próximo fora da bicicleta, o que ‘casa’ com a sua vontade de “representar bem equipa e patrocinadores”, mas sobretudo o país.

“Para mim, é um orgulho poder levar o nome e a bandeira do meu país a toda a parte a que vá. O ciclismo não é a maior modalidade em Porto Rico. Graças a Deus, está a crescer e a mudar. Já há alguma história de ciclismo no país e orgulha-me ter a minha quota parte”, reflete.

Para a equipa, a que chegou este ano depois de três anos na ‘Telefónica’, um bom resultado “é ganhar”, mas o porto-riquenho traz “os pés na terra, a pensar em ir bem dia-a-dia”, e nem o sexto lugar de 2021, então com a Movistar, o demove de pensar na participação como um “contributo” para os desígnios da Efapel.

“Estou muito contente com a equipa, sinto-me em casa. Nunca imaginei que em Portugal me sentisse tão bem. É bastante diferente, aqui corre-se de forma mais agressiva, é mais imprevisível. Isso é o bonito de Portugal, todos os dias sais a ver o que te acontece, o que te dá o dia”, afirma.

A viver em Alicante, Espanha, confessar gostar da “comida muito boa”, mas o melhor, diz sem hesitar, “são as pessoas”. “O que me lembro da Volta2021 são os adeptos. Correr a Volta é único”, assume.

Mentorado por José Azevedo, diretor desportivo da estrutura que vê como uma figura com quem “se aprende todos os dias”, tem evoluído junto de um grupo de colegas de equipa com quem se diz agradado.

Nesta Volta, partilha a liderança com o veterano Henrique Casimiro e, dos companheiros, só diz coisas boas, não dizendo mais “por causa do português”, além de ainda poder vir a cruzar-se com o fervoroso apoio porto-riquenho.

“Somos pessoas muito quentes, em Porto Rico. Apoiamo-nos, com tudo. Há pessoas aqui em Portugal que me vêm ver. O apoio que recebo é incrível”, diz o terceiro classificado na edição deste ano da Volta ao Alentejo.

Quinto no Troféu Joaquim Agostinho, teve este ano uma época de altos e baixos e espera agora que a Volta lhe permita “voltar a subir”, para o WorldTour.

“Não significa que baixei, não vejo assim, mas antes ter a ambição de voltar. Se não por mais nada, pelo meu país. Queria retribuir tudo o que já me deram, é no que tenho a mira”, completa.

Motivação não falta, então, ao vice-campeão caribenho de fundo em 2019 para tentar disputar a Volta e assumir uma postura atacante e agressiva, ainda para mais depois de um problema mecânico o fazer perder mais de um minuto no prólogo.

A 85.ª Volta a Portugal segue na estrada até 04 de agosto, data da 10.ª e última etapa, um contrarrelógio individual em Viseu.