O galês Geraint Thomas (INEOS) disse hoje que Julien Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step) "não é necessariamente um adversário" na luta pela vitória na Volta a França em bicicleta, apesar de o gaulês liderar após 10 das 21 etapas.
"Estes 10 dias foram ótimos. Poderiam ter sido melhores se estivéssemos a apenas alguns segundos de Julian Alaphilippe em vez de um minuto, mas ele não é necessariamente um adversário [na luta pela vitória]", disse o vencedor da ‘Grande Boucle’ em 2018.
Alaphilippe comanda com 1.12 minutos de vantagem sobre Thomas e 1.16 para o colombiano Egan Bernal, também da rival INEOS.
"Saberemos mais durante o segundo dia de descanso (em Nimes, em 22 de julho, depois dos Pirenéus). Se ele aumentar a sua liderança nessa altura, ficaremos muito mais preocupados", acrescentou.
Thomas elogiou o "grande começo" de prova da equipa" e destacou, a seu favor, a sua "grande experiência nas grandes voltas" para assumir o seu objetivo: "Queremos a camisola amarela e vencer em Paris".
Alaphilippe assumiu que liderar Volta a França nesta altura é algo que "vai além do que poderia imaginar", pelo que tudo o que conseguir melhor "será apenas um bónus".
"Por enquanto, corro para defender a liderança, homenageá-la. O mais difícil ainda está por vir. O que fiz já é incrível. Mesmo que eu esteja lúcido sobre o que vai acontecer, quando és francês e vestes de amarelo tens todo um país que vibra e sonha. Até agora, sinto-me muito bem, nunca estive tão bem, ainda me sinto bem fresco. Espero surpreender-me, para conseguir coisas bonitas, mas não vou sonhar", frisou.
Alaphilippe disse esperar continuar de amarelo na quarta-feira, após uma etapa com um final adequado para ‘sprinters’, recordando a aproximação das etapas de alta montanha nos Pirenéus.
Já Egan Bernal advertiu para a necessidade de manter a "concentração" e evitar a "confiança" excessiva na INEOS, recordando que a etapa de segunda-feira foi complicada para alguns dos favoritos, como o francês Thibaut Pinot (Groupama – FDJ), o espanhol Mikel Landa (Movistar) ou o dinamarquês Jakob Fuglsang (Astana).
"Estamos na luta e vamos tentar fazer o melhor possível. Estamos em boa posição, muito contentes com os resultados até ao momento, contudo ainda falta muito para o fim", insistiu Bernal, reconhecendo que, para persistir na luta, espera perder pouco tempo no contrarrelógio de quinta-feira em Pau, para os seus rivais.
O colombiano Nairo Quintana (Movistar) congratulou-se por chegar a esta fase com menos tempo perdido do que em outros anos - é oitavo a 2.04 minutos -, contudo avoca as dificuldades de se bater com a INEOS de Thomas e Bernal.
"Não será fácil, porém estou em condições e jogaremos os nossos trunfos da melhor forma possível para encurtar as diferenças. E no contrarrelógio é perder o menos tempo possível", disse o especialista em alta montanha.
Na quarta-feira, o pelotão do Tour vai enfrentar 167 quilómetros entre Albi e Toulouse, na 11.ª etapa, sem grandes exigências e propícia para os sprinters.
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