Rui Vinhas assumiu hoje não se lembrar do acidente que sofreu na quinta etapa da Volta a Portugal em bicicleta, mas garantiu que quer estar na partida para a sexta etapa, na quarta-feira, para ajudar a W52-FC Porto.
“Não me lembro da queda. A última coisa que me lembro foi estar a falar com o Nuno [Ribeiro], tinha vindo ao carro, numa situação de corrida. Depois fui para a frente e já não me lembro de mais nada. O que me disseram foi que um carro parou à minha frente e eu bati-lhe na traseira”, recordou, durante o dia de descanso, em Viseu.
Dizendo que terá ficado inconsciente, em virtude de “uma pancada muito forte”, o vencedor da Volta a Portugal em 2016 disse que os médicos o queriam levar para o hospital e o aconselharam a abandonar.
“Ainda inconsciente, porque não me lembro de nada, disse que queria continuar, tinha a minha equipa para defender, os meus colegas todos, e enquanto conseguisse estar em prova ia lutar até ao fim”, referiu.
Vinhas revelou que pediu ao médico para o deixar seguir em prova, que se “responsabilizava se algo acontecesse” e que se tivesse algum sintoma parava e deixava a corrida, recordando que o responsável clínico o lembrou da situação de Joaquim Agostinho, que morreu 1984 na sequência de uma queda.
“Eu interiorizei isso e ia com um bocado de medo. Chorei bastante durante a etapa a pensar nisso e a pensar no meu filho, que é a coisa que mais amo e não quero vê-lo sem pai. Lutei, consegui chegar ao fim, fui para o hospital, fizemos todos os exames e estava tudo bem, tirando uma luxação na clavícula”, referiu.
Com “o corpo cheio de escoriações”, Rui Vinhas já treinou hoje e quer continuar em prova para continuar a ajudar a sua equipa, que neste momento defende a amarela do espanhol Raúl Alarcón.
“Amanhã, quase de certeza, vou estar à partida. Agora depende de como vai o corpo reagir. A minha vontade é muita, vou lá estar, os meus colegas merecem. Se há dois anos ganhei a Volta foi por todo o esforço deles e espero contribuir para que consigamos ganhar esta Volta a Portugal”, assegurou.
Após o dia de descanso, os ciclistas voltam à estrada na quarta-feira, com a ligação de 165,4 quilómetros, entre Sernancelhe e Boticas.
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