Tadej Pogacar aprendeu finalmente com os erros, mas rejeita que neste Tour tenha procurado uma “vingança” por ter sido segundo atrás do ciclista dinamarquês Jonas Vingegaard nas duas edições anteriores da prova.
“Não procuro uma vingança, mas é verdade que fui segundo nas últimas duas Voltas a França e isso motivou-me a regressar mais forte e mostrar que podia voltar a ganhar o Tour, que as minhas duas primeiras vitórias não foram por acaso”, confessou o esloveno da UAE Emirates, notando que a rivalidade com o líder da Visma-Lease a Bike o incentiva a ser melhor.
Campeão em 2020 e 2021, e ‘vice’ nas passadas duas edições, o ciclista de 25 anos prepara-se para vestir, no domingo, em Nice, a camisola amarela no pódio final, depois de hoje ter ganhado quase mais dois minutos a Vingegaard e ao belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), segundo e terceiro da geral, respetivamente, a 05.03 e 07.01.
“Em 2022, cometi o erro de responder aos ataques de Primoz Roglic e Vingegaard e acabei por pagá-lo e, no ano passado, não fiz uma boa preparação e corri durante vários dias com a mão ligada. Só me senti verdadeiramente bem depois de ser terceiro no Mundial”, contou hoje.
No ano passado, ‘Pogi’ fraturou o pulso esquerdo, numa queda na clássica Liège-Bastogne-Liège no final de abril, e não pôde andar de bicicleta durante algumas semanas, à imagem do que aconteceu este ano a Vingegaard, após ter sofrido uma queda grave na Volta ao País Basco.
“Corrigi coisas, já não procuro estar tão forte em novembro ou dezembro, mudei a minha forma de treinar. Além disso, agora tenho mais experiência e isso notou-se este ano. Antes, cometia erros, é algo que acontece quando és ambicioso. Mas esta temporada não senti tanto stress”, resumiu.
A ambição não abandonou, no entanto, Pogacar, que hoje, em Isola 2000, somou a quarta vitória nesta edição da Volta a França – e a 15.ª da carreira na prova – e a 10.ª em grandes Voltas esta temporada, já que conquistou seis rumo ao triunfo final no Giro.
“Desde a [quarta] etapa do Galibier, tenho a corrida sob controlo, passei toda a segunda semana sem pressão”, admitiu, após vencer hoje num local que escalou umas 15 vezes só este ano, durante os treinos.
O camisola amarela pensava que hoje Vingegaard ia atacar, depois de a Visma-Lease a Bike enviar homens para a fuga, mas depois percebeu que apenas procuravam a vitória de etapa com Jorgenson.
“Tinha de procurar o triunfo, porque a Visma colocou-nos sob muita pressão e tinha de recompensar o trabalho da minha equipa”, declarou, reconhecendo que estava preparado para abdicar da etapa a favor de Simon Yates (Jayco-AlUla), irmão gémeo do seu colega Adam, se fosse ele o último dos fugitivos que tinha pela frente, mas não do norte-americano, que foi segundo na meta.
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