Chris Froome voltou hoje a brilhar na Volta a França em bicicleta e, apesar de ter sido terceiro na 12.ª etapa, sai do Alpe d’Huez sem arrependimentos, tal como Jonas Vingegaard, que viveu “uma jornada excecional” de amarelo.
“Tenho-me vindo a sentir melhor e melhor. Tinha como objetivo atacar uma etapa como a de hoje, tentar a minha sorte na fuga. Dei tudo o que tinha, não tenho arrependimentos. Não tinha mais nada para dar na última subida”, reconheceu o único tetracampeão da história da ‘Grande Boucle’.
Aos 37 anos, ‘Froomey’, vencedor da Volta a França em 2013, 2015, 2016 e 2017, estava visivelmente feliz por ter voltado à ribalta na prova que o consagrou como um dos melhores ciclistas das últimas duas décadas, depois de uma queda grave no Critério do Dauphiné de 2019 ter ‘travado’ a sua carreira.
Hoje, foi terceiro na etapa ganha pelo compatriota Thomas Pidcock (INEOS) que, aos 22 anos, se tornou no mais jovem vencedor no Alpe d’Huez, depois de ambos trabalharem em conjunto para alcançar a fuga do dia.
Igualmente satisfeito com o desfecho da 12.ª tirada estava o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), que confessou que o primeiro dia de amarelo da sua carreira “foi uma jornada excecional”.
“Vestir esta camisola é o sonho de todos os ciclistas e poder fazê-lo no meio de tanta gente é algo especial”, disse, referindo-se aos milhares de adeptos que aproveitaram o dia de feriado nacional para apoiarem os ciclistas na subida ao Alpe d’Huez.
Vingegaard explicou que a tática da sua equipa foi endurecer a corrida, para evitar ataques e que a escalada até à meta “fosse menos explosiva”, e congratulou-se por ter conseguido responder aos ataques do seu ‘vice’ na geral, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates)
“Ele estava muito forte, mas eu também estava. Não perdi tempo, foi uma boa jornada”, resumiu o dinamarquês, que tem 02.22 minutos de vantagem sobre o bicampeão em título na geral.
Incapaz de encurtar distâncias para a amarela, ‘Pogi’ estava desiludido: “Depois da etapa de ontem [quarta-feira], não estava confiante como gostaria de ter estado. Penso que poderia ter estado melhor. Mas, ainda assim, as sensações foram boas”.
“Esperava que a Jumbo-Visma controlasse a corrida da forma que fizeram, porque têm uma grande equipa. Tentei atacar, o Jonas [Vingegaard] nunca contra-atacou, o que eu teria preferido, porque poderia ter respondido. Ele, simplesmente, limitou-se a seguir e eu não estava suficientemente forte para o deixar”, analisou, ressalvando que “a estrada ainda é longa” até Paris, onde a prova termina em 24 de julho.
Outro dos candidatos que saiu do Alpe d’Huez sem motivos para sorrir foi Romain Bardet (DSM), que caiu para quarto na geral, por troca com Geraint Thomas (INEOS).
“Não foi uma jornada muito boa para mim. Sofri um golpe de calor no Alpe d’Huez, comecei a ter arrepios. Tinha as pernas duras depois de ontem [quarta-feira], mas sobretudo fez muito calor hoje. Tive de ‘arrastar-me’ um bocado para chegar a bom porto. Foi uma questão de gestão, preferi encontrar o meu ritmo”, contou.
O francês, segundo do Tour2016 e terceiro no ano seguinte, desvalorizou, no entanto, os 19 segundos perdidos para os três primeiros da geral, que parecem ser os mais sérios candidatos ao pódio final da 109.ª edição.
“É assim a Volta a França: nos dias menos bons, temos de saber dar a volta. Hoje, não se decidiu grande coisa. Gostaria de ter ficado mais bem posicionado”, completou.
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