As casas de alguns ciclistas e ‘staff’ da Bahrain Victorious foram hoje alvo de buscas antes da partida destes para a Volta a França, informou a equipa, considerando que a nova ação policial visa “prejudicar deliberadamente” a sua reputação.
“Alguns corredores e elementos do ‘staff’ da Bahrain Victorious tiveram hoje polícia a revistar as suas casas antes da sua partida para a Volta a França. […] A investigação aos membros da equipa, que começou há quase um ano, sem qualquer resultado, prossegue mesmo antes do arranque da mais importante corrida velocipédica, a Volta a França, e causa danos na reputação dos indivíduos e da equipa”, pode ler-se no comunicado divulgado no ‘site’ da formação do Bahrain.
A Bahrain Victorious considera que “o ‘timing’ desta investigação visa prejudicar deliberadamente a reputação da equipa”.
“As buscas domiciliárias experienciadas hoje por membros da Bahrain Victorious representam a continuação do processo de investigação que teve início durante as performances bem-sucedidas da equipa na Volta a França do ano passado”, pontua a nota, na qual se recorda que a equipa foi a única a ser alvo de uma investigação na passada edição da ‘Grande Boucle’.
A Bahrain Victorious esclarece que “em nenhum momento, até agora”, foi informada “do progresso, dos resultados” ou recebeu qualquer ‘feedback” da investigação desencadeada pela procuradoria de Marselha, apesar de “repetidamente ter solicitado o acesso ao processo”, sem sucesso.
“Além disso, pouco tempo depois de a investigação ter sido desencadeada, os investigadores disponibilizaram ilegalmente informação sobre os artigos apreendidos, que esteve na base de um artigo publicado numa revista médica. A publicação informou que a equipa não possuía substâncias ilícitas. Apesar disso, este comportamento dos investigadores lança dúvidas sobre a credibilidade da investigação, uma vez que os dados desta chegam aos medias”, alega ainda.
A formação do Bahrain lamenta que “depois de quase um ano de esforços infrutíferos por parte da equipa para obter informação adicional, os investigadores tenham decidido fazer novas diligências dias antes do início da mais importante prova do ciclismo, o que indubitavelmente levanta dúvidas sobre o propósito da investigação”.
Na edição do ano passado do Tour, o hotel e o autocarro da equipa Bahrain Victorious foram revistados pela polícia na noite de 14 de julho de 2021, depois da 17.ª etapa.
A investigação preliminar, iniciada em 03 de julho desse ano, incidia sobre suspeitas de “aquisição, transporte, posse, importação de uma substância ou método interdito para uso de um desportista sem justificação médica”, informou a procuradoria de Marselha, indicando que a rusga foi efetuada pelos agentes da Agência central de luta contra os atentados ao ambiente e à saúde pública (Oclaesp, na sigla em francês).
“A investigação preliminar decorre com o fim de determinar a existência ou não das infrações que justificaram a sua abertura”, esclareceu ainda a entidade nessa altura.
Na passada edição da Volta a França, a formação do Bahrain esteve em evidência: o esloveno Matej Mohoric ‘bisou’ em etapas, impondo-se na sétima e 19.ª, o seu colega belga Dylan Teuns venceu a oitava, o coletivo venceu por equipas, o neerlandês Wout Poels foi segundo na classificação da montanha e o italiano Sonny Colbrelli, que em março deste ano sofreu uma paragem cardiorrespiratória e está afastado da competição, foi terceiro nos pontos.
Já na Volta a Itália de 2021, prova em que o italiano Damiano Caruso foi segundo classificado, a Bahrain Victorious tinha enfrentado suspeitas de doping.
A 109.ª edição da Volta a França arranca na sexta-feira em Copenhaga, na Dinamarca, e termina em 24 de julho, em Paris.
Do ‘oito’ da equipa do Bahrain para o Tour fazem parte Caruso, Mohoric, Teuns, Jack Haig, Jan Tratnik, Kamil Gradek, Fred Wright e Luis León Sánchez.
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