As buscas efetuadas no hotel da Bahrain Victorious na quarta-feira foram “um filme surrealista”, descreveu hoje o ciclista Pello Bilbao, nono classificado da Volta a França, que acredita que a equipa está a ser “perseguida” pelos bons resultados.

“Foi um filme surrealista. Abri-lhes a minha mala, permiti que vissem tudo o que quiseram e, finalmente, deixaram-me com o meu trabalho, a massagem e o jantar. Depois de uma etapa tão dura, a última coisa que queres é que te façam perder tempo”, afirmou o espanhol.

Pello Bilbao, que foi 13.º na última Volta a Itália, relacionou as buscas com os bons resultados que a Bahrain Victorious tem tido nos últimos meses e defendeu que há “algo de persecutório” contra a sua equipa.

“As pessoas não conseguem acreditar nos nossos resultados. É triste”, lamentou o nono classificado da geral do Tour, para quem a suspeição em relação à sua formação é “uma herança dos anos anteriores”.

Bilbao notou que o caminho para “limpar a imagem do ciclismo e do desporto” está a ser feito, mas que é preciso “deixar que o tempo passe”.

“O tempo curará tudo. Só podemos continuar a fazer o que fazemos com a maior transparência. Não há outra solução senão passar por tudo isto – controlos às 07:00 da manhã, buscas, intimidade zero -, o que queremos é demonstrar que corremos limpos e é uma pena que ponham em dúvida todo o trabalho que temos feito e as vitórias que conseguimos”, declarou.

O hotel e o autocarro da equipa Bahrain Victorious foram revistados pela polícia na noite de quarta-feira, em Pau, depois da 17.ª etapa da Volta a França, confirmou hoje a procuradoria de Marselha.

A investigação preliminar, iniciada em 03 de julho, incide sobre suspeitas de “aquisição, transporte, posse, importação de uma substância ou método interdito para uso de um desportista sem justificação médica”, informou a procuradoria de Marselha, indicando que a rusga foi efetuada pelos agentes da Agência central de luta contra os atentados ao ambiente e à saúde pública (Oclaesp, na sigla em francês).

“A investigação preliminar decorre com o fim de determinar a existência ou não das infrações que justificaram a sua abertura”, esclareceu ainda a entidade.

Também a Bahrain Victorious confirmou as buscas, embora garanta não ter sido informada dos motivos da mesma.

“A investigação incluiu uma revista aos quartos dos ciclistas. Apesar de não termos conhecimento dos fundamentos da investigação, também foi solicitado à equipa que fornecesse dados dos treinos, que foram compilados e apresentados aos agentes, como pedido”, pode ler-se no comunicado no sítio oficial da formação na Internet.

A Bahrain Victorious é líder por equipas e tinha, à partida para tirada de hoje, o holandês Wout Poels no comando da classificação da montanha do Tour, perdida para o vencedor da 18.ª etapa, o camisola amarela Tadej Pogacar (UAE Emirates).

Nesta edição da Volta a França, a formação do Bahrain tem estado em evidência: além da classificação que lidera, venceu a sétima etapa com o esloveno Matej Mohoric e a oitava com o belga Dylan Teuns, e tem no campeão italiano, Sonny Colbrelli, outro grande destaque, com o ‘sprinter’ a ser terceiro na etapa montanhosa com chegada ao alto de Tignes (9.ª) e a ser um dos mais ativos nas fugas.

Já na Volta a Itália, prova em que o italiano Damiano Caruso foi segundo classificado, a Bahrain Victorious tinha enfrentado suspeitas de doping.

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