O ciclista francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step) tinha hoje a camisola amarela em perigo da Volta a França, mas respondeu com triunfo inequívoco no contrarrelógio de 27,2 quilómetros em Pau.
“É incrível! Sabia que poderia fazer um bom tempo, que iria dar tudo, mas não que venceria à frente de grandes corredores como Geraint Thomas. Empurrei os meus limites e nem ouvi as informações do meu diretor, estava louco com o público. Dei tudo o que tinha. A minha equipa estava no carro a chorar”, disse Alaphilippe, que fez o exercício em 35 minutos.
Geraint Thomas (INEOS), que defende a vitória de 2018, era a grande ameaça ao comando do gaulês: o britânico partiu para a 13.ª etapa a 1.12 minutos e teria sido o natural vencedor, não fosse o desempenho inesperado e extraordinário do seu adversário, que o deixou a 14 segundos, aumentando o seu conforto na frente para 1.26 minutos.
"Não esperava isso de Julian Alaphilippus. Ele está incrivelmente bem e é definitivamente um dos favoritos, ou um daqueles a ter em conta agora. Claro que pode manter a camisola amarela até o fim. A maneira como ele corre, se continuar assim vai ganhar. Mas ainda há muita estrada e muitas dificuldades", disse Geraint Thomas.
No dia em que se comemoraram aos 100 anos da entrega da primeira camisola amarela no Tour, Alaphilippe passou à frente do seu maior rival em todos os pontos intermédios e concluiu a prova em 35 minutos certos, voando a 47,3 km/h.
O belga Thomas de Gendt (Lotto-Soudal) e o colombiano Rigoberto Urán (Education First) repartiram o terceiro lugar, a 36 segundos.
Nelson Oliveira (Movistar) foi o melhor português, em 11.º, falhando ‘top 10’ por dois segundos. Em 116.º terminou José Gonçalves (Katusha-Alpecin), a 4.36, e em 136.º Rui Costa, (UAE-Emirates), a 5.7.
Alaphilippe tem no sábado um novo duro exame, em curta etapa de 117,5 quilómetros, mas com a meta instalada no mítico Tourmalet, a 2.115 metros de altitude, numa contagem de categoria especial.
A Deceuninck-QuickStep, que trazia o espanhol Enric Mas, agora quarto classificado, vai tentar ver até onde pode ir Alaphilippe, que carrega o sonho de todo uma França, que não tem um vencedor do Tour desde Bernard Hinault, em 1985.
A INEOS, de Geraint Thomas e do colombiano Egan Bernal, quinto a 2.52, tem a maior responsabilidade da tirada, até porque o ciclista britânico já chegou a dizer que Alaphilippe não era necessariamente um adversário a ter em conta na luta pelo triunfo final.
Longe dos lugares cimeiros, Rui Costa (UAE Emirates) é 51.º a 35.04 minutos, Nelson Oliveira (Movistar) 94.º a 1:17.17 horas, e José Gonçalves (Katusha-Alpecin) 128.º, a 1:42.33.
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