Tony Martin, um dos melhores contrarrelogistas da última década, vai despedir-se do ciclismo nos Mundiais de estrada, anunciou hoje o alemão da Jumbo-Visma, que venceu duas Voltas ao Algarve e cinco etapas no Tour.
“Hoje, quero anunciar que o próximo contrarrelógio e o contrarrelógio por equipas mistas [na quarta-feira] serão as últimas corridas da minha carreira”, escreveu o alemão na sua conta na rede social Instagram, escassas horas antes do início do exercício individual que abre os Mundiais da Flandres.
Aos 36 anos, e depois de já ter anunciado que esta seria a sua última temporada na Jumbo-Visma, aquele que é um dos recordistas de títulos mundiais de contrarrelógio (2011, 2012, 2013 e 2016), empatado com outro dos grandes do ‘crono’, o suíço Fabian Cancellara, decidiu terminar imediatamente a carreira.
“Uma decisão de tão longo alcance não é fácil de tomar. O ciclismo é uma grande parte da minha vida desde há muito tempo – com altos e baixos, grandes sucessos e derrotas, quedas e regressos. Aquilo com que muitos jovens ciclistas sonham, eu consegui alcançar. Nos últimos meses, tenho pensado mais no que virá depois do ciclismo”, revelou na publicação.
Martin conta que as quedas graves que teve este ano, nomeadamente na Volta a França, o fizeram questionar se estava preparado para continuar a enfrentar os riscos que a modalidade envolve.
“Decidi que não queria, sobretudo porque a segurança nas provas não melhorou, apesar dos muitos debates sobre barreiras e corridas. Espero que o mundo do ciclismo ouça os planos apresentados pela minha e outras equipas”, completou.
Uma das figuras incontornáveis do pelotão na última década, Martin despede-se do ciclismo depois de 14 temporadas na elite da modalidade, nas quais representou as várias variantes da HTC-High Road, antes de mudar-se para a Omega Pharma-QuickStep (2012-2016), onde viveu os seus melhores anos. Representou ainda a Katusha (2017-2018), numa experiência menos feliz, antes de transformar-se num gregário de luxo na Jumbo-Visma.
“Quero ser justo comigo mesmo, com a minha família e com todos os meus colegas e acabar a minha carreira como ciclista profissional. Quero dizer adeus com uma boa prestação no contrarrelógio dos Mundiais, que ganhei quatro vezes. Treinei duro para isso”, confessou, agradecendo à sua equipa por lhe dar a oportunidade de terminar o seu percurso como desejou.
Quatro vezes campeão mundial de ‘crono’, venceu cinco etapas no Tour, prova em que chegou a vestir a amarela, duas na Vuelta, além de 10 títulos nacionais de contrarrelógio, o Paris-Nice (2011) e duas Voltas ao Algarve (2011 e 2013), num total de 67 triunfos.
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