Rui Vinhas confessou à agência Lusa que ainda está a adaptar-se à expectativa gerada pela vitória na Volta a Portugal em bicicleta, mas mostrou-se preparado para lidar com a pressão acrescida que terá na próxima temporada.
Em apenas 11 dias, a vida de Rui Vinhas mudou. Habituado à discrição de quem sempre trabalhou para outros, o ciclista de Sobrado viu-se catapultado para o foco mediático devido ao triunfo na prova ‘rainha’ do calendário velocipédico, assumindo ainda estar pouco confortável na condição de ‘herói’ nacional.
“É tudo novo para mim, nunca me imaginei neste papel. Estou a encarar as coisas da melhor forma, mantendo-me a pessoa que sempre fui. Sempre fiz questão de ser assim humilde e vou procurar manter-me assim”, disse à Lusa.
Sete semanas depois do seu inesperado triunfo na Volta a Portugal, os efeitos da amarela ainda se fazem sentir no dia-a-dia do corredor da W52-FC Porto.
“Sou muito mais abordado pelas pessoas, tenho tido muitas homenagens. É muito diferente, sou muito mais reconhecido. Tenho tido pouco tempo para descansar e para estar com os meus amigos, mas acho que eles compreendem isso. O que alcancei foi um feito muito bom, tanto para mim, como para quem me é próximo”, lembrou.
A maioria dos fãs pede-lhe fotos. “Autógrafos também, mas mais fotos. É nas redes sociais que mais noto. O meu Facebook mudou 100%, recebo muitos pedidos, muitas mensagens. Agradeço bastante às pessoas pelo carinho que me dão”, acrescentou.
O corredor de 29 anos contou que ainda não negociou a renovação de contrato com os ‘dragões’, mas defendeu que não será muito difícil chegar a acordo já nos próximos dias.
“As pessoas nesta equipa sabem dar valor. Quanto ao próximo ano, certamente que irei ter mais pressão, vou ter mais olhos sobre mim, mas vou continuar a lutar, a trabalhar como até agora e a acreditar mais. Uma pessoa acreditando, às vezes, consegue coisas bonitas”, destacou.
Até este verão, Rui Vinhas não sabia que em si estava um vencedor da Volta a Portugal. “Acreditei e consegui. Acho que, a partir de agora, a mentalidade começa a mudar. Se tiver de trabalhar para os meus colegas, vou continuar a fazê-lo, mas quando tiver de ir disputar a vitória, vou lembrar-me do triunfo da Volta e vou conseguir sofrer ainda mais para chegar a mais vitórias”, frisou.
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