Ruben Guerreiro concretizou um objetivo pessoal ao vencer a Volta à Arábia Saudita, revelando-se “muito contente” por ter correspondido às expectativas da “ambiciosa” Movistar e por ter sido recompensado pelo trabalho duro que tem feito no ciclismo.
“Nunca tinha vencido uma corrida por etapas. No ano passado, tinha-me aproximado fazendo terceiro na Volta à Alemanha. Estou muito contente, concretizei um objetivo meu pessoal, mas, sobretudo, concretizei um objetivo da equipa, que era vir aqui ganhar a etapa mais dura e vencer a geral. Esta é uma equipa muito ambiciosa. É, realmente, muito bom chegar e vencer”, resumiu em declarações à agência Lusa.
O ciclista de Pegões Velhos, que esta temporada trocou a norte-americana EF Education-EasyPost pela formação espanhola, estreou-se a vencer uma geral em elites, depois de já ter triunfado no Grande Prémio Liberty (2015) e na Volta a Portugal do Futuro de 2014, ainda como sub-23.
Depois de na quinta-feira ter chegado à camisola verde, ao ganhar a etapa ‘rainha’ da prova, hoje bastou a Guerreiro chegar integrado no pelotão na quinta e última tirada, na qual o italiano Simone Consonni (Cofidis) se impôs, para festejar a conquista da geral da Volta à Arábia Saudita.
“Para mim, [esta vitória] representa muito, porque eu trabalho muito duro. Realmente, somos recompensados sempre na vida, não só no desporto, quando trabalhamos duro. Alguma coisa boa há de vir e eu sempre acreditei, sobretudo pelo apoio da minha família e desta grande equipa, que me deram todas as condições para me focar só no ciclismo e tentar concretizar todos os meus objetivos. A vitória é a cereja em cima do bolo”, confessou à Lusa.
O ‘rei da montanha’ do Giro2020 foi secundado no pódio da Volta à Arábia Saudita pelo italiano Davide Formolo (UAE Emirates), que terminou a oito segundos, enquanto o colombiano Santiago Buitrago (Bahrain Victorious) foi terceiro, a nove.
Embora tenha conquistado a sua primeira prova por etapas, depois de triunfar nos Nacionais (2017), na nona etapa do Giro2020 e no Mont Ventoux Dénivelé Challenge (2022), Guerreiro nega que esta vitória represente maior pressão para a restante temporada.
“A fasquia é sempre a mesma, é ir dia a dia. Eu só nos últimos dois anos é que comecei a fazer bons resultados, também devido à estabilidade que consegui. Sempre tive muitas lesões, vários problemas. Acho que a maior vitória foi conseguir ultrapassar isso e encontrar-me a mim mesmo. Essa é a minha maior vitória como ciclista e como pessoa”, assumiu o corredor de 28 anos.
Guerreiro garantiu que nunca estabelece “objetivos muito altos”, mas antes trabalha “duro” e espera “essas recompensas, de vitórias ou bons lugares”.
“É assim que trabalho, é esse o pensamento, e é assim que vou encarar cada corrida, com o máximo de ambição, mas respeitando os planos da equipa”, concluiu.
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