Jonas Vingegaard quer regressar à Volta a França no próximo ano para tentar uma terceira vitória consecutiva, com o comedido ciclista dinamarquês da Jumbo-Visma a revelar-se “orgulhoso e feliz” após revalidar o título na prova francesa.
“É o sentimento de estar orgulhoso e feliz. Ganhar pela segunda vez é fantástico, e hoje com todos os dinamarqueses aqui foi incrível. Tenho de agradecer não só à minha equipa e à minha família, mas também a toda a Dinamarca”, disse ainda na ‘flash-interview’.
Nessa primeira reação após ganhar pelo segundo ano consecutivo a ‘Grande Boucle’, Vingegaard falou da “longa jornada” que passou “muito rápido”, entre Bilbau (Espanha), onde a 110.ª edição começou em 01 de julho, e Paris, onde hoje subiu ao pódio para vestir a amarela, mas também destacou “a corrida super dura” e a “grande batalha” que travou com Tadej Pogacar (UAE Emirates), novamente seu ‘vice’ na geral.
“Quero voltar o ano que vem para ver se consigo a terceira vitória, ou pelo menos tentar. Esse é o plano”, anunciou.
Pouco depois, quando subiu ao pódio, o tímido ciclista de 26 anos não se alongou muito mais, fazendo um discurso muito rápido em que destacou o “ano fantástico” e “a Volta a França maravilhosa” da Jumbo-Visma.
“Tudo começa em algum lado e nós começámos a planear bem cedo. Nunca teria conseguido fazer isto sem a minha equipa Estou tão orgulhoso de todos nós, conseguimo-lo”, disse aos colegas, antes de se dirigir a Pogacar e Adam Yates, os homens da UAE Emirates que o acompanharam no pódio: “obrigada aos meus adversários, foram três semanas verdadeiramente incríveis a batalhar com vocês, esperemos que possa ser assim novamente no próximo ano”.
Vingegaard terminou a 110.ª Volta a França com 07.29 minutos de vantagem sobre ‘Pogi’, que o tinha batido na edição de 2021, e 10.56 sobre Yates, um estreante em pódios de grandes Voltas.
Derrotado pelo dinamarquês pelo segundo ano consecutivo, depois de viver o pior dia da carreira no Col de la Loze (17.ª etapa), Pogacar era hoje, ainda assim, um homem feliz, depois de ter conquistado a quarta camisola da juventude, um novo recorde, e de sair desta edição com dois triunfos de etapa.
“No final, foi um Tour formidável, tenho de estar orgulhoso. Temos dois corredores no pódio, a camisola branca, duas vitórias de etapa. É um dos melhores Tour que fiz”, defendeu.
Apesar de, no sábado, ter rejeitado abdicar do seu calendário diversificado, o esloveno de 24 anos admitiu que talvez tenha de ser mais seletivo nas corridas que faz até chegar à ‘Grande Boucle’.
“Pode ser que tenha de perder alguma prova, não correr a Volta a Flandres, por exemplo. Mas gosto de participar em todas as corridas. Foi fantástico o ano que fiz com tantas corridas”, disse o ciclista que esta temporada venceu a Clássica de Jáen, a Volta a Andaluzia, o Paris-Nice, a Volta a Flandres e a Flèche Wallone, antes de fraturar o pulso esquerdo numa queda na Liège-Bastogne-Liège.
Já Adam Yates, um discreto terceiro classificado devido à sua dedicação a Pogacar, não descartou a hipótese de ainda lutar pela vitória numa grande Volta.
“Nunca se sabe, melhoro a cada ano, mas o nível [dos rivais] está a subir. Continuarei a melhorar e, se o conseguir, será formidável”, refletiu.
Adam enalteceu o trabalho da UAE Emirates, que, após “três semanas muito duras”, conseguiu acabar com dois ciclistas no pódio e duas vitórias de etapa. “Creio que é um grande resultado”, acrescentou.
Adam negou a presença no pódio ao irmão gémeo Simon (Jayco AlUla), vencedor da Vuelta2018, que foi quarto classificado.
“É um grande momento para nós. Acabarmos em terceiro e quarto na melhor corrida do mundo é algo muito particular. É muito bonito partilhar isto. Festejaremos o resultado brevemente, com uma garrafa de vinho”, concluiu o britânico de 30 anos.
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