Nairo Quintana (Movistar) demonstrou hoje por que é considerado o melhor trepador do pelotão, ao coroar em solitário o Blockhaus, para subir à liderança do Giro, num dia em uma queda hipotecou a candidatura de Geraint Thomas (Sky).
Ao contrário do que aconteceu nas últimas edições do Tour, hoje, na nona etapa da 100.ª Volta a Itália, o colombiano não esperou que outros tomassem a iniciativa e atacou por diversas vezes na duríssima subida a Blockhaus até conseguir isolar-se, a cerca de cinco quilómetros do alto, para rumar à liderança da geral e consolidar-se como o principal favorito à vitória final.
No primeiro grande ‘tira-teimas’ entre favoritos, Nairo Quintana deixou os seus mais diretores perseguidores, o francês Thibaut Pinot (FDJ) e o holandês Tom Dumoulin (Sunweb), respetivamente segundo e terceiro na tirada, a 24 segundos, e o italiano Vincenzo Nibali (Bahrein Merida), o campeão em título, a um minuto.
Mas os grandes derrotados da nona etapa foram, além do luxemburguês Bob Jungels (Quick-Step Floors), que perdeu 03.30 minutos para o corredor da Movistar e, consequentemente, a camisola rosa, os homens da Sky: uma moto policial mal estacionada, à entrada da ascensão final, causou a queda do britânico Geraint Thomas, segundo à partida para os 149 quilómetros desde Montenero di Bisaccia, e do espanhol Mikel Landa, com Adam Yates (Orica-Scott), o líder da juventude, a ser também apanhado.
O pesadelo da Sky confirmou-se na meta, com Thomas a chegar dois segundos e um lugar depois de Rui Costa (UAE Team Emirates), que foi 28.º a 05.06 minutos de Quintana e perdeu a luta pelo título de melhor português para José Mendes (Bora-hansgrohe), 19.º a 04.03.
Antes das emoções fortes reservadas para a escalada de 13,6 quilómetros, com uma pendente média de inclinação de 8,4%, um numeroso grupo, que chegou a conter 12 ciclistas, tentaram a sua sorte, mas viram o seu esforço ser anulado, a 24 quilómetros, pela perseguição conjunta de Bahrein Merida, Sky e Movistar.
As três grandes pretendentes ao cetro italiano ‘escancaram’ as suas intenções, mas só a equipa espanhola viu o seu trabalho recompensado com a exibição de Quintana. Depois de várias escaramuças, que deixaram a liderança da corrida entregue ao vencedor do Giro2014, a Nibali e a Pinot, o trepador da Movistar arrancou, deixando os seus companheiros temporários sem reação, para a terceira vitória em etapas na ‘corsa rosa’, consumada em 03:44.51 horas.
Foi então que o vencedor da edição de 2016 quebrou por completo, com Pinot a colaborar com Dumoulin, vindo de trás com o compatriota Bauke Mollema (Trek-Segafredo), que não aguentou o ritmo do duo e terminou na quarta posição, a 41 segundos.
Os cinco primeiros da nona etapa são também os cinco primeiros da geral, com Quintana a ter 28 segundos de vantagem sobre Pinot, 30 sobre Dumoulin, 51 sobre Mollema e 01.10 minutos relativamente a Nibali.
Na geral, Rui Costa caiu um lugar, para a 18.ª posição, a 05.52 minutos do novo camisola rosa, enquanto o campeão nacional José Mendes galgou 33 postos e vai passar o segundo dia de descanso em 51.º, a 31.56 minutos de Quintana.
José Gonçalves (Katusha-Alpecin), que foi 143.º a 26.37 minutos, desceu ao 78.º lugar, a 44.44 minutos.
O 100.º Giro regressa a estrada na terça-feira para o contrarrelógio de 39,8 quilómetros entre Foligno e Montefalco.
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