Julian Alaphilippe, bicampeão mundial e maior ‘estrela’ do ciclismo francês, e Mark Cavendish, recordista de vitórias em etapas, não vão estar na 109.ª Volta a França, confirmou hoje a Quick-Step Alpha Vinyl.
“A decisão de deixar o Julian em casa foi difícil, uma vez que ele é um dos corredores mais emblemáticos da equipa e vivemos momentos fantásticos juntos no Tour. O Julian trabalhou muito para recuperar a forma após o que lhe aconteceu em Liège, mas sentimos que para um ciclista como ele é sempre importante estar no seu melhor e poder competir com os melhores do pelotão numa corrida como o Tour”, justificou o diretor desportivo Tom Steels.
Por isso, segundo o belga, a Quick-Step Alpha Vinyl decidiu “dar mais tempo” ao francês para recuperar, de modo a que possa estar “a 100% na segunda metade da época”.
Em 24 de abril, Alaphilippe sofreu uma queda grave na clássica belga Liège-Bastogne-Liège, sendo hospitalizado com um pulmão perfurado, duas costelas partidas e um ombro deslocado.
Apesar de ter regressado à competição no domingo, após dois meses de paragem, a maior figura do ciclismo francês – e a ‘estrela’ predileta dos adeptos locais -, não conseguiu recuperar a tempo de estar no Tour, onde foi quinto na geral final em 2019, depois de andar 14 dias de amarelo, e vencedor da classificação da montanha no ano anterior.
“Estou desiludido por não alinhar na Volta a França este ano. Tenho um afeto natural pela corrida, pelos meus dias vestido de amarelo nas últimas três temporadas, pelas minhas [seis] vitórias em etapas e por outras recordações fantásticas. Perder a oportunidade de vestir a minha bonita camisola arco-íris no meu país é muito triste para mim”, reconheceu o ciclista de 30 anos, que no ano passado foi o primeiro líder da ‘Grande Boucle’.
Além de ‘Loulou’, a equipa belga decidiu também deixar de fora do seu ‘oito’ o britânico Mark Cavendish, que no ano passado igualou Eddy Merckx como recordista de vitórias em etapas no Tour, com 34.
Desde o início da época que não era segredo que a aposta da Quick-Step Alpha Vinyl para os ‘sprints’ na principal corrida velocipédica por etapas seria o neerlandês Fabio Jakobsen, mas a certeza quanto à ausência de ‘Cav’ só chegou hoje, com o experiente ‘sprinter’, que no domingo se coroou campeão nacional, a surgir como ‘suplente’, assim como Florian Sénéchal, também recém-coroado campeão francês de fundo.
Assim, será o ‘estreante’ Jakobsen a liderar a equipa, contando com a preciosa ajuda do melhor lançador do pelotão, Michael Morkov, num conjunto que inclui ainda outros dois dinamarqueses - Mikkel Honoré e Kasper Asgreen -, os italianos Mattia Cattaneo e Andrea Bagioli, e os belgas Yves Lampaert e Tim Declercq, o ‘trabalhador’ mais popular do pelotão internacional.
“Temos corredores que podem apoiar o Fabio, corredores que conseguem subir, mas que também podem fazer algo nas fugas. Kasper, Yves e Michael formarão um ‘comboio’ sólido para o Fabio, que já provou quão rápido e forte é nos ‘sprints’ e que agora vai descobrir o Tour”, analisou Tom Steels.
A 109.ª edição da Volta a França arranca na sexta-feira em Copenhaga, na Dinamarca, e termina em 24 de julho, em Paris.
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