A primeira grande chegada em alto da 106.ª edição da Volta a França em bicicleta terminou hoje com festa francesa, com o triunfo de Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) no topo do Tourmalet, onde Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step) reforçou a liderança.
Na presença do Presidente francês, Emmanuel Macron, Pinot impôs-se no primeiro final em alto nos Pirenéus na ‘Grande Boucle’ de 2019, ao concluir os 111 quilómetros desde Tarbes, em 3:10.20 horas, impondo-se nos últimos 250 metros dos 19 quilómetros da subida final a Alaphilippe e ao holandês Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma), que apenas cederam seis segundos.
Alaphilippe, depois de ter vencido o contrarrelógio, voltou a aumentar a vantagem sobre o britânico e campeão em título Geraint Thomas (INEOS), campeão em título e que hoje não foi do oitavo lugar, a 36 segundos de Pinot.
"É realmente incrível conseguir terminar mais um dia de amarelo", frisou Alaphilippe, que, ao lado de Pinot, mereceu o agradecimento de Macron na chegada.
A etapa ‘começou’ com a subida a Soulor, com o belga Tim Wellens (Lotto-Soudal), o italiano Vincenzo Nibali (Banhrain-Merida) e o francês Elie Gesbert (Arkea-Samsic) a mostrarem-se na frente de uma fuga lançada aos 14 quilómetros.
Já sem o campeão de 2014, foi Gesbert que iniciou os 19 quilómetros da derradeira subida isolado, com uma inclinação de 7,4%, na qual chegou a ter a companhia de Romain Sicard (Direct Energie), numa iniciativa anulada a 10,5 quilómetros da meta.
Nessa altura, já Romain Bardet (AG2R La Mondiale), Daniel Martin (UAE-Emirates) e Adam Yates (Michelton-Scott) descolavam desse primeiro pelotão, encabeçado pela Movistar, cujo ritmo deixava para trás o colombiano Nairo Quintana, um dos líderes da equia.
A alemã Arkea-Samsic não desistia e o seu chefe de fila e campeão francês Warren Barguil assumiu o risco inicial, selecionando ainda mais um grupo, que foi perdendo, entre outros, Enric Mas (Deceuninck-Quick Step).
Mas, foi David Gaudu (Groupama-FDJ), a quatro quilómetros do final, que insistiu, preparando a vitória do seu chefe de final e ‘vitimando’ o espanhol e campeão do mundo Alejandro Valverde (Movistar).
No quilómetro final, já depois de a Jumbo-Visma ter comandado a etapa, o britânico Geraint Thomas (INEOS), vencedor do Tour em 2018, descolou do primeiro grupo, no qual permanecia o seu companheiro de equipa e colombiano Egan Bernal, mas sem conseguir à investida vitoriosa de Pinot.
“Desde a minha estreia no Tour que pensava conquistar uma etapa, esta. O Tourmalet é mítico, estou feliz. Eu tenho esta raiva em mim [de ter perdido tempo em Saint-Étienne, na oitava tirada], que foi uma injustiça. Não merecíamos o que aconteceu”, afirmou Pinot, que já tinha vencido etapas da ‘Grande Boucle’ em 2012 e 2015.
O corredor francês, de 29 anos, que subiu ao sexto lugar, a 3.12 minutos de Alaphilippe, tornou-se hoje no terceiro vencedor de etapas com chegada no topo dos 2.115 metros do Tourmalet, depois dos triunfos de Jean-Pierre Danguillaume, em 1974, e do luxemburguês Andy Schleck, em 2010.
Também Alaphilippe celebrou, ao distanciar-se de Mas, Quintana, Martin e Adam Yates, mas sobretudo por ter ampliado a diferença para Thomas, um dia depois de lhe ter arrebatado 14 segundos na sua especialidade, o contrarrelógio.
"Já não me sentia muito bem desde o início, sentia-me um bocado fraco", reconheceu Thomas.
Mesmo assim a sucessora da Sky mantém Bernal entre os primeiros, no quarto lugar a três minutos da liderança, beneficiando da ‘queda’ na classificação de Mas, do quarto para o 10.º, após perder 2.54 minutos, enquanto Kruijswijk segurou o segundo lugar, a 2.14.
A etapa de hoje acabou por ter os seus 111 quilómetros reduzidos em 6,5, depois de uma manifestação ter atrasado a partida, em Tarbes.
No domingo, o pelotão da 106.ª edição da ‘Grande Boucle’ vai enfrentar os 185 quilómetros de nova etapa pirenaica, a 15.ª etapa da prova, entre Limoux e Foix, numa ligação com quatro contagens de montanha, uma de segunda e três de terceira, a última das quais na chegada.
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