Valentin Paret-Peintre (Decathlon AG2R La Mondiale) cresceu a ver Romain Bardet (dsm-firmenich) na televisão e hoje deixou o compatriota para trás na 10.ª etapa da Volta a Itália para se estrear a vencer como profissional.
Paret-Peintre, de 23 anos, cumpriu os 142 quilómetros entre Pompeia e a Bocca della Selva em 03:43.50 horas, triunfando a solo no alto, com 30 segundos de vantagem para Bardet, segundo, e um minuto para o esloveno Jan Tratnik (Visma-Lease a Bike), terceiro.
Num dia em que Tadej Pogacar (UAE Emirates) decidiu ‘abrandar’, depois de três vitórias nas primeiras nove etapas e de ter construído uma liderança folgada, o pelotão permitiu uma ‘fuga bidone’, de 26 elementos, que animou uma jornada com muita montanha e chegada em alto.
A seleção foi afastando vários dos candidatos à vitória em etapa, um prémio apetecível para nomes como o francês Julian Alaphilippe (Soudal Quick-Step), muito combativo neste Giro, mas a perseverança gaulesa fez a diferença no dia e na subida até Bocca della Selva.
Ainda assim, o primeiro a conseguir isolar-se até foi Jan Tratnik, que procurava vencer nova etapa no Giro depois de um triunfo em 2020, mas Paret-Peintre saiu no seu encalço e ultrapassou-o sem grandes dificuldades.
Bardet, de 33 anos, ainda lhe deu ‘caça’, mas não foi capaz de impedir que o mais jovem dos irmãos Paret-Peintre festejasse a solo, de mãos na cabeça, a primeira vitória como profissional.
“Nem consigo falar sobre o que estou a sentir. É fantástico. Queria um bom resultado, porque não ganhar? Mas vencer uma etapa [numa grande Volta] para primeira vitória como profissional...”, começou por dizer.
O irmão mais velho, de 28 anos, ganhou uma etapa em 2023 e hoje acabou no quinto lugar, tendo estado ao lado do ‘caçula’ na escapada vitoriosa, mas Valentin assumiu também o “sonho” que carregava de miúdo de correr ao lado de Bardet, mais um de uma longa lista de esperanças francesas na montanha – que os irmãos atualmente engrossam.
“Via Bardet na televisão quando era miúdo, quando foi ao pódio na Volta a França [segundo em 2016 e terceiro em 2017]. Sonhava com este dia, e hoje batalhei com ele e consegui batê-lo”, admitiu o jovem ciclista, ainda incrédulo.
Quanto à etapa em si, o vencedor considerou os últimos quatro quilómetros decisivos, por serem mais duros do que o resto. Por isso, decidiu ir no encalço de Tratnik nessa altura, acabando por desferir o golpe certeiro.
O terceiro lugar do esloveno, entretanto, foi a faceta menos má do ‘pesadelo’ da Visma-Lease a Bike, uma grandes potências do pelotão e vencedora das três grandes Voltas na temporada passada, que neste Giro está reduzida a azares, com o sprinter neerlandês Olav Kooij, vencedor da nona etapa, a não alinhar à partida, juntando-se ao abandono do campeão europeu Christophe Laporte e Robert Gesink.
Como ‘cereja’ no topo do bolo, a aposta para a geral, o belga Cian Uijtebroeks, perdeu 13 segundos em relação a Pogacar, seguindo no quinto posto, mas agora a 4.15 minutos da ‘maglia rosa’.
Nas contas da geral, o esloveno da UAE Emirates continua com 2.40 minutos de vantagem para o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), segundo, e 2.58 para o britânico Geraint Thomas (INEOS), terceiro.
Bardet aproveitou a escapada para saltar de 14.º para sétimo, com o italiano Filippo Zana (Jayco-AlUla) a entrar também no top 10, sendo nono.
O português Rui Oliveira (UAE Emirates), que muito trabalhou na frente do pelotão para ‘Pogi’, segue no 138.º posto da geral.
Na terça-feira, a 11.ª etapa liga Foiano di val Fortore a Francavilla al mare em 207 quilómetros.
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