A Dinamarca revalidou hoje o título mundial da perseguição por equipas, perante uma plateia eufórica em Ballerup, num segundo dia dos Mundiais de pista em que o Japão se impôs no keirin e no scratch.
Tobias Hansen, Carl-Fredrik Bévort, Niklas Larsen e Frederik Madsen escreveram hoje novo capítulo de história para a Dinamarca nesta vertente, e mais um no livro da rivalidade que mantêm com os britânicos, que ficaram no segundo lugar com o quarteto Ethan Hayter, Josh Charlton, Charlie Tanfield e Oliver Wood.
Com a Alemanha a vencer a luta pelo bronze, faltava a disputa pelo ouro que prometia ‘levantar’ as bancadas da Ballerup Super Arena, e o público não desiludiu, criando um ambiente ensurdecedor que ‘empurrou’ os dinamarqueses até ao ouro, o seu primeiro nestes Mundiais.
“É superespecial, nunca senti nada como isto. Vencer em frente a esta multidão é diferente. Eles bateram-nos durante os Jogos Olímpicos, e podermos vencer agora é muito bom. Temos uma boa rivalidade e é bom sair por cima”, declarou à Lusa Niklas Larsen, pouco depois de garantir o ouro.
Na perseguição por equipas feminina, o dia foi das britânicas, com Katie Archibald, que falhou Paris2024 devido a uma lesão grave, a voltar à competição pela porta grande com o ouro, ao lado de Jessica Roberts, Josie Knight e Anna Morris.
Ao alcançarem na final as adversárias, as alemãs Franziska Brausse, Lisa Klein, Mieke Kröger e Laura Süssemich, nem precisaram de terminar a corrida, estampando a autoridade neste evento pelo segundo ano seguido.
No keirin, tipo de corrida popularizada pelos japoneses, o Japão não vencia o ouro desde 1987, até que um ‘desconhecido’ sem qualquer pódio anterior em Mundiais fez a diferença, num dia marcado pela eliminação ‘surpresa’ de Harrie Lavreysen.
O neerlandês, que pode ser o primeiro de sempre a vencer 15 títulos mundiais, foi eliminado com alguma surpresa nas meias-finais e, depois, sprintou para o oitavo lugar, desiludindo e deixando a final em aberto.
Aí, Kento Yamasaki, de 31 anos, surpreendeu o mundo da pista ao vencer o israelita Mikhail Iakovlev, relegando para o bronze o colombiano Kevin Quintero, campeão em 2023.
Ally Wollaston deu o ouro à Nova Zelândia na eliminação, batendo ao sprint a belga Lotte Kopecky no sprint final e provando que a adversária é ‘humana’, numa rara derrota para a estrela da pista e da estrada.
Maria Martins esteve em bom plano, com o sexto lugar, assim como o estreante Diogo Narciso, com o 10.º lugar na corrida de scratch que voltou a orgulhar os japoneses, grandes vencedores do dia.
Kazushige Kuboki, aos 35 anos, ‘vingou’ as duas pratas logradas em 2022 e 2023 com uma arrancada notável na reta final da prova para vestir a camisola arco íris, à frente o dinamarquês Tobias Hansen, que subiu duas vezes ao pódio no dia de hoje.
Na sexta-feira, as atenções viram-se para o omnium feminino, com a portuguesa Maria Martins em ação, além da perseguição individual masculina, em que Ivo Oliveira procurará subir ao pódio uma terceira vez, depois da prata de 2018 e do bronze de 2022.
Os Mundiais de ciclismo de pista decorrem em Ballerup, na Dinamarca, até domingo, com uma seleção portuguesa encabeçada pelo campeão olímpico do madison Rui Oliveira, incluindo ainda Ivo Oliveira, Diogo Narciso, Maria Martins e Daniela Campos.
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