A adaptação de Mauricio Moreira à Efapel foi “mais fácil” do que o ciclista uruguaio esperava, com o campeão da Volta2022 a sonhar com repetir o triunfo na prova esta época, após duas edições para ‘esquecer’.

“Para já, está a correr tudo bem. Sinto-me bem com a nova equipa, com os colegas, o staff. Senti-me bem recebido. Identifico-me muito com a forma deles trabalharem. Acho que estou a adaptar-me bem e é mútuo”, descreveu, em declarações à agência Lusa.

Vencedor da Volta2022 e segundo classificado da edição de 2021, atrás de Amaro Antunes, entretanto desclassificado, Mauricio Moreira mudou-se este ano para a Efapel, depois de ter passado quatro temporadas na agora denominada Anicolor-Tien21.

“A adaptação à nova equipa foi mais fácil do que eu pensava. Foram muitos anos na mesma estrutura. Uma mudança é sempre difícil, mas, neste caso, está a correr tudo bem e espero que continue assim”, reconheceu.

O uruguaio de 29 anos esteve seis meses parado, após ter desistido da Volta a Portugal e ter rescindido contrato por mútuo acordo com a sua anterior equipa, num ‘divórcio’ polémico, e procura agora recuperar o ‘andamento’ perdido, depois de demasiado tempo sem competir.

“Manter o foco, manter o treino durante tanto tempo sem competir é difícil. Sei que vou, de alguma maneira, pagar agora nas primeiras corridas, porque falta-me muito ritmo. Não é fácil transferir os números do treino para a competição, mas como já sei, e a equipa concorda e apoia, as primeiras corridas são para ganhar ritmo e ganhar a dinâmica de competição”, defendeu.

Depois de inaugurar a temporada na Prova de Abertura, ‘Mauri’ não alinhou em mais nenhuma corrida até chegar a este O Gran Camiño, onde andou em fuga na primeira etapa, a do ‘caminho’ português entre a Maia e Matosinhos, com a missão de apurar a forma para o seu grande objetivo de 2025, o de vencer a Volta a Portugal.

“Tenho o sonho de ganhar a segunda vez e acredito que é possível. Apesar de ter corrido mal os últimos anos, acho que posso voltar a triunfar e é para isso que vamos trabalhar”, prometeu.

Grande dominador do panorama velocipédico nacional nas suas primeiras três épocas em Portugal, Moreira tem agora o seu antigo companheiro russo Artem Nych como grande adversário – curiosamente, os dois únicos vencedores da Volta a Portugal no ativo estiveram juntos na fuga da primeira etapa da quarta edição da prova galega, naquela que pode ser uma antecipação da rivalidade que vai marcar 2025.

“O bloco da Anicolor, como outros blocos do pelotão nacional, têm-se reforçado muito, com ciclistas muito bons, e isso logicamente vai ser um osso difícil de roer, mas também acredito na minha equipa, acredito nos meus colegas e, se não for eu [a ganhar a Volta], também tenho colegas que estão muito fortes e acho que podemos fazer um bom papel”, pontuou.

Além da vitória na Volta2022, prova da qual desistiu no ano passado depois de ter desmaiado durante a quarta etapa e em que foi 30.º em 2023, o agora corredor da Efapel tem no palmarés o Troféu Joaquim Agostinho (2023), o Grande Prémio O Jogo (2023), o GP Jornal de Notícias (2022), o GP Anicolor (2022), a Volta ao Alentejo (2021) e o GP Douro Internacional (2021).

Antes de chegar a Portugal, o uruguaio representou a Caja Rural (2018 e 2019) e a equipa de clube Vigo-Rias Baixas.