O ciclista português Joaquim Silva animou hoje a prova em linha sub-23 dos Mundiais de Ponferrada, Espanha, mas pagou o esforço do ataque que abalou o pelotão, terminando na 16.ª posição.
O campeão nacional da sua categoria deu o esticão que acabou com a harmonia do pelotão, mas viu as forças faltarem-lhe ainda no falso plano que se seguia à primeira subida do circuito, chegando integrado no primeiro grupo que cortou a meta depois do novo campeão mundial, o norueguês Sven Erik Bystrom.
“O objetivo era atacar para ficar na frente. Se tivessem vindo mais dois ou três ciclistas comigo, se calhar, teria sido diferente. Assim, acabei por desgastar-me sozinho. Mas o ataque tinha de ser ali para fazer a diferença”, explicou o melhor colocado português, que ficou em 16.º, a sete segundos do primeiro.
Dado o tiro de partida, começaram as escaramuças, com as fugas a sucederem-se à medida que as dez voltas ao circuito de 18,2 quilómetros em Ponferrada iam caindo em contagem decrescente para o final da prova de fundo de sub-23.
De todas as tentativas, destaque para o austríaco Sebastian Schonberger, integrante de três grupos diferentes que animaram a jornada, mas que acabaram engolidos pelo permanente e incansável trabalho da Austrália para Caleb Ewan, um dos grandes favoritos à conquista da vitória.
Tal como estava delineado pelo selecionador José Poeira, Joaquim Silva (Anicolor), Rafael Reis (Banco Bic-Carmim), Ricardo Ferreira (Rádio Popular) e Rúben Guerreiro (Liberty Seguros-Feira-KTM) mantiveram-se “escondidos” no pelotão, esperando o momento certo para tentar a sua sorte.
Depois de muita indefinição, de vários grupetos formados e anulados, a Espanha, cumprindo o seu papel de anfitriã, mexeu na corrida a pouco mais de 19 quilómetros do final, no “topo” do Mirador, mesmo antes da veloz e perigosa descida até à meta, em resposta ao ataque de Kevin Ledanois.
À entrada da última volta, assinalada pela sineta, o quarteto luso seguia integrado no grupo principal, a 13 segundos do francês, mas a realidade mudou com o ataque de Joaquim Silva.
O campeão nacional lançou-se em busca do ouro, conseguiu uma margem curta para os perseguidores, completamente desorganizados, mas foi ultrapassado pelo colombiano Brayan Chacon, sendo absorvido pelo grupo que o perseguia.
Silva pagou o desgaste do arranque e, na última cronometragem antes da meta, seguia a 15 segundos do Sven Erik Bystrom, que atacou rumo ao Mirador e, de seguida, desceu destemido rumo ao ouro, cumprindo o percurso em 04:32.39 horas.
Sete segundos depois, surgia na meta em Ponferrada o grupo do português que, sem caraterísticas de sprinter, viu Ewan e outro norueguês, Kristoffer Skjerping, ficarem com as medalhas.
Rafael Reis foi 46.º, a 01.03 minutos, Ruben Guerreiro, que teve uma quebra física, foi 75.º, a 06.10, e Ricardo Ferreira foi 80.º, a 09.18.
Da prova de hoje, que encerrou a participação dos sub-23 portugueses no Mundial de estrada de Ponferrada, ficaram indicações importantes para as elites: no domingo, com a probabilidade de chuva a alcançar os 95 por cento, as duas perigosas descidas entre as duas subidas do circuito podem tornar-se um elemento fundamental na decisão do campeão do Mundo.
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