Gorka já não tem o que invejar ao irmão Ion, depois de hoje ter imitado o mais conceituado dos ciclistas Izagirre, ao conquistar a sua primeira vitória no Giro, na oitava etapa da 100.ª edição.
O mais velho e menos conhecido dos irmãos Izagirre foi o mais forte entre os 15 fugitivos da oitava tirada, repetindo, com cinco anos de diferença, algo que Ion já tinha alcançado, e garantindo o seu primeiro triunfo numa grande Volta, aos 29 anos.
“Esta foi a melhor vitória da minha carreira. Já tinha estado muitas vezes na frente, mas bati sempre no poste. Conseguir isto é impressionante. Ia atrás do [Valerio] Conti quando ele caiu, duvidei, mas arranquei logo com força. A meta pareceu-me tão distante, mas quando olhei para trás e vi que tinha aberto um espaço, puxei ao máximo”, reconheceu o basco da Movistar, primeiro a cumprir os 189 quilómetros entre Molfetta e Peschici, em 4:24.59 horas.
Gorka Izagirre aproveitou a rampa do último quilómetro para distanciar os seus últimos três companheiros de fuga, relegando o italiano Giovanni Visconti (Bahrein Merida) para a segunda posição, a cinco segundos, e o espanhol Luis León Sánchez (Astana) para a terceira, a dez.
O basco da Movistar fez parte da numerosa fuga do dia, que só se formou ao quilómetro 60, depois de muitas tentativas frustradas.
Na parte final, Izagirre, Visconti, Sánchez, que não fez parte do grupo inicial, mas foi o mais irrequieto entre os fugitivos, e Conti (UAE Team Emirates), que durante muito tempo foi líder virtual, mas caiu numa viragem à entrada do último quilómetro, isolaram-se na frente e conseguiram sobreviver à perseguição do pelotão, que chegou a 12 segundos, com todos os candidatos, incluindo o camisola rosa Bob Jungels (Quick-Step Floors) e o português Rui Costa (UAE Team Emirates).
José Mendes (Bora-hansgrohe) e José Gonçalves (Katusha-Alpecin) cortaram juntos a meta, respetivamente na 59.ª e 60.ª posições, a 03.23 minutos do vencedor.
Depois de uma jornada relativamente calma, os homens da geral, nomeadamente Bob Jungels, vão ter, no domingo, o mais duro dos testes, na nona etapa, uma ligação de 149 quilómetros entre Montenero di Bisaccia e Blockhaus, onde os ciclistas vão chegar após cumprirem uma subida de 13,6 quilómetros, com uma pendente média de inclinação de 8,4%.
O luxemburguês da Quick-Step Floors tem uma margem mínima de seis segundos para o britânico Geraint Thomas (Sky), seu vice na geral e um dos mais fortes candidatos ao triunfo final.
O também britânico Adam Yates (Orica-Scott) é terceiro e lidera o lote de favoritos que está a 10 segundos de Jungels, com Rui Costa a partir para a jornada decisiva na 17.ª posição da geral, a 46 segundos.
O homem da UAE Team Emirates é o melhor representante nacional na geral, com Gonçalves a ser 55.º, a 18.07 minutos, e Mendes a ocupar o 84.º posto, a 27.53.
Comentários