O ciclista britânico Simon Yates (BikeExchange-Jayco) venceu hoje com autoridade o contrarrelógio da segunda etapa da Volta a Itália, ganhando vantagem para os outros candidatos, com o neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix) a segurar a rosa.
Yates, de 29 anos, cumpriu os 9.200 metros de percurso em Budapeste em 11.50 minutos, sendo três segundos mais rápido do que o camisola rosa e cinco do que outro neerlandês, Tom Dumoulin (Jumbo-Visma), terceiro. O português João Almeida (UAE Emirates) foi 11.º, a 18.
Nas contas da geral, Mathieu van der Poel lidera com 11 segundos de vantagem para Yates, com Dumoulin a 16 segundos e Almeida a subir três posições para 11.º, a 29 da liderança.
Se o britânico surpreendeu, já que se esperava que especialistas como Dumoulin ou João Almeida, para não falar do italiano Edoardo Affini (Jumbo-Visma), 13.º, se impusessem, o mesmo pode ser dito de Van Der Poel.
A defesa ‘aguerrida’ da ‘maglia rosa’ ganha com o triunfo no ‘sprint’ da primeira etapa só não foi perfeita por três segundos, e no domingo, com nova chegada em pelotão em perspetiva, vai querer seguir na liderança pelo menos até à quarta etapa, em que o Giro sobe o Etna.
“Consegui mais um dia de rosa, posso ficar feliz com isso. Senti-me bem, sabia que precisava de deixar algo de sobra para a última subida. [...] Estou feliz com a minha prestação, no domingo há um ‘sprint’ e quero ir para a Sicília com a camisola”, declarou o neerlandês de 27 anos.
Para Yates, esta foi a primeira vitória num contrarrelógio de uma grande Volta, e uma que, admitiu, “foi um bocado inesperada”.
“Tentei ir o mais rápido possível, trabalhámos muito no equipamento para este contrarrelógio, e compensou. [...] Hoje, foi um esforço de 12 minutos, há etapas muito mais exigentes pela frente. Hoje, celebraremos”, destacou.
O britânico tem motivos para festejar, uma vez que o vencedor da Volta a Espanha de 2018 ganhou tempo a todos os rivais na luta pela geral final, colocando quase toda a gente a pelo menos mais de 13 segundos.
João Almeida, campeão português do ‘crono’, foi 11.º e ficou fora do ‘top 10’ de um contrarrelógio do Giro pela primeira vez na carreira, a 18 segundos, com vários favoritos a sofrerem na ‘cabra’: o colombiano Miguel Ángel López (Astana) cedeu 42 segundos e o espanhol Mikel Landa (Bahrain Victorious) 33.
Menos castigado, o grande favorito, o equatoriano Richard Carapaz (INEOS) foi 19.º, a 28 segundos, e o francês Romain Bardet (DSM) 17.º, a 24, num exercício iniciado, cumprido e finalizado num traçado preenchido por milhares de pessoas, entre a Praça dos Heróis e a estrada.
"Senti-me bem, é isso. Não é uma grande margem [perdida para Yates]. Estes dias são sobre encontrar a forma e não perder tempo importante para os outros favoritos", relativizou João Almeida, após a chegada.
O jovem de 23 anos das Caldas da Rainha, que era tido como um dos candidatos à vitória na etapa e a chegar à liderança da 'corsa rosa', não se alongou na análise à prestação, frisando que o sentimento era positivo, mas esclarecendo que quis proteger-se de quedas num percurso que considerou técnico.
O Giro vai despedir-se da Hungria no domingo, com uma chegada ao ‘sprint’ a fechar a ‘Grande Partenza’, mas a moldura humana na partida e ao longo da estrada tem sido uma constante.
Além de João Almeida, que segue em 11.º e em quarto lugar na classificação da juventude, os outros dois portugueses em prova, também da UAE Emirates, tiveram hoje prestações discretas.
Rui Costa foi 49.º e subiu ao 100.º posto na geral, enquanto Rui Oliveira caiu para 153.º, ao registar o 115.º melhor tempo.
No domingo, disputa-se a terceira etapa, última em solo húngaro antes de um dia de descanso para o pelotão viajar para Itália, com 201 quilómetros entre Kaposvár e Balatonfüred, com uma chegada ao ‘sprint’ como desfecho expectável.
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