O belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) e o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) são os destacados favoritos à conquista da Volta a Itália, que arranca no sábado, à frente de um lote alargado de candidatos com aspirações à vitória.

Campeão da Volta a Espanha em 2022, quando começavam a soar as dúvidas sobre se teria capacidade de vencer uma corrida de três semanas, Evenepoel, de apenas 23 anos, chegará ao Giro, primeira e mais dura das três grandes Voltas - e aquela em que falhou em 2021, abandonando após ter-se ‘afundado’ na geral -, como renovado favorito, ainda para mais com as cores do arco-íris no corpo, símbolo de campeão do mundo.

A desafiá-lo estará Roglic, mais experiente e mais habituado a vencer em série, tendo conquistado a Volta a Espanha três vezes seguidas (2019-2021), no meio de 72 vitórias como profissional, mas que, no Giro, foi ‘apenas’ terceiro em 2019.

No regresso à competição, após ter estado parado desde inícios de setembro e ter sido operado ao ombro direito, o esloveno de 33 anos mostrou uma forma imbatível até aqui, tendo vencido as duas corridas em que participou em 2023, o Tirreno-Adriático, à frente do português João Almeida (UAE Emirates), e a Volta à Catalunha, onde ele e Evenepoel, segundo, deram ‘show’ e demonstraram estar uns ‘degraus’ acima de todos os outros, nomeadamente do ciclista das Caldas da Rainha, que foi terceiro.

De resto, o pódio em terras catalãs é o que as casas de apostas mais preveem para a 106.ª edição da ‘corsa rosa’, uma vez que o português, já com dois ‘top 10’ na geral - foi quarto em 2020 e sexto em 2021 - e 15 dias de líder em 2020, é um dos fortes favoritos aos primeiros lugares.

Ao ciclista luso juntam-se nomes como Tao Geoghegan Hart (INEOS), a ressurgir após um período ‘apagado’ que se seguiu à vitória no Giro2020, mas também o companheiro de equipa e compatriota Geraint Thomas, campeão do Tour2018, que em 2022 fechou o pódio da ‘Grande Boucle’.

O francês Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) fecha a carreira em termos de grandes Voltas neste Giro, apresentando-se como um dos principais destaques da corrida, ‘órfã’ do australiano Jai Hindley, vencedor em 2022.

A BORA-hansgrohe entregou, então, a liderança ao russo Aleksandr Vlasov, um ‘trepador’ nato, enquanto a Bahrain-Victorious traz o italiano Damiano Caruso ao lado do colombiano Santiago Buitrago e a EF Education-Easy Post também se divide, dependendo da forma e da fortuna de Hugh Carthy e/ou Rigoberto Urán.

As esperanças italianas recairão em Caruso, depois de Giulio Ciccone (Trek-Segafredo), vencedor da montanha em 2019, decidir não alinhar por não estar plenamente recuperado da covid-19, num elenco que conta ainda com o ‘mestre’ do contrarrelógio Filippo Ganna (INEOS) e uma série de sprinters de topo, na menos ‘amiga’ das três grandes Voltas para estes corredores.

Entre os principais sprinters estão o britânico Mark Cavendish, ainda à procura de erguer os braços pela Astana, o australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) e o colombiano Fernando Gaviria (Movistar).

Entre outros destaques, para etapas menos planas ou menos dedicadas à luta pela geral, nota para corredores como o australiano Michael Matthews (Jayco AlUla), o dinamarquês Magnus Cort (EF Education-Easy ost), o suíço Gino Mäder (Bahrain-Victorious) ou o italiano Diego Ulissi (UAE Emirates), além dos habitais animadores de fugas, normalmente das quatro equipas Pro-Continental que se juntam às 18 do pelotão WorldTour.

A 106.ª edição da Volta a Itália, a primeira das três grandes Voltas, arranca no sábado com um contrarrelógio na região de Abruzzo e termina em 28 de maio, em Roma, após 21 etapas.