O colombiano Egan Bernal (INEOS) defendeu hoje a liderança da geral da Volta a Itália em bicicleta, numa 19.ª etapa que o britânico Simon Yates (BikeExchange) venceu à frente do português João Almeida (Deceuninck-QuickStep).
Yates, de 28 anos, cumpriu os 166 quilómetros entre Abbiategrasso e Alpe di Mera em 4:02.55 horas, 11 segundos a menos do que o português, que voltou a ser segundo, com Bernal a terminar no terceiro posto, a 28.
Na geral, a liderança continua com o colombiano, que tem agora uma vantagem de 2.29 minutos para o italiano Damiano Caruso (Bahrain-Victorious), segundo posicionado, e 2.49 para Yates, terceiro. João Almeida é oitavo, a 8.26 do camisola rosa.
Bernal, que defendeu a ‘sua’ ‘maglia rosa’ e limitou perdas para Yates, ganhando tempo aos outros, Yates, que venceu a sua quarta etapa no Giro e se aproximou do líder, e Almeida, em nova demonstração de garra, foram os protagonistas do dia.
A tirada, uma das mais espetaculares da 104.ª edição, teve uma pouco promissora fuga a chegar até à subida final, até Alpe di Mera, e apesar de o britânico Mark Christian (EOLO Kometa) ainda ter tentado, a 8,6 quilómetros, resistir sozinho até à meta, não tardou a ser ‘engolido’ pelo grupo dos favoritos.
Até aí, a Deceuninck-QuickStep tinha imposto um ritmo alto, mantendo a fuga controlada e ‘sangrando’ tanto quanto possível as equipas dos favoritos, que tiveram de enfrentar, dois dias depois, novos ataques da dupla Yates-Almeida, principais animadores da terceira semana da ‘corsa rosa’.
Como na 17.ª etapa, o português foi o primeiro a atacar, a 6,8 quilómetros da meta, sem que Egan Bernal ou alguém respondesse durante várias centenas de metros, até que Yates se lançou.
Trouxe com ele o italiano Damiano Caruso, mas também o russo Aleksandr Vlasov (Astana) e o neozelandês George Bennett (Jumbo-Visma), sem que a INEOS, ainda com dois elementos junto do ‘maglia rosa’, fechasse o espaço.
Nem um quilómetro se passou até que o britânico, disposto a vingar o falhanço de 2018, em que liderava e acabou por ‘afundar’ a poucos dias do fim, se colocou sozinho na frente, em busca da vitória.
Com o vencedor da Volta a Espanha de 2018 destacado na frente, a INEOS chegou ao grupo de Almeida e, a caminho da meta, Bernal e o português foram deixando todos os outros favoritos para trás.
No fim, o ciclista das Caldas da Rainha, há muito de 'língua de fora', numa exibição de garra, ‘descarregou’ o colombiano e foi no encalço de Yates, como tinha ido atrás do irlandês Dan Martin (Israel Start-Up Nation) dois dias antes, mas voltou a não chegar.
“Estou feliz e a equipa fez um trabalho fantástico, controlou ao início, trabalhou muito, e pude concluir esse trabalho. Vi que a INEOS estava feliz com o seu próprio ritmo, senti que me iam deixar sair. (...) Não foi o dia mais difícil, mas tinha esta última subida muito difícil”, considerou o vencedor.
Apesar de ter encurtado a diferença para o primeiro lugar, não abriu o jogo sobre o que ainda pode fazer para lutar pela vitória final, prometendo apenas “dar o melhor”.
Bernal foi mais tático nas declarações, ao declarar-se “feliz com as pernas” que teve hoje, pedindo que possa continuar assim no sábado, para poder “gerir a vantagem para os outros dois ciclistas no pódio”.
“Tenho algum tempo, por isso quero ter pernas também para o contrarrelógio de domingo. Tudo deve correr bem se me sentir bem”, declarou o vencedor do Tour de 2019.
João Almeida manteve o oitavo lugar da geral, mas aproximou-se dos ciclistas mais próximos dentro do ‘top 10’, ficando a 1.16 minutos do quinto classificado, o britânico Hugh Carthy (Education First-Nippo), quando falta outro dia de alta montanha e um contrarrelógio, especialidade que favorece o luso em detrimento dos outros candidatos.
Também Nelson Oliveira (Movistar), que hoje foi 46.º, manteve a posição na geral, no caso no 26.º posto.
No sábado, a 20.ª e penúltima etapa liga Verbania a Valle Spluga, em 164 quilómetros, na última tirada em pelotão, em alta montanha, antes do contrarrelógio de domingo, em Milão.
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