O presidente francês, François Hollande, visitou hoje a Volta a França em bicicleta, que atravessou o “Caminho das Damas”, palco de duros confrontos na I Guerra Mundial, e defendeu que o desporto pode ser “um instrumento de paz”.
Depois de depositar um ramo de flores no memorial de Cerny-en-Laonnois, o presidente francês entrou no carro do diretor da corrida, Christian Prudhomme, para acompanhar os últimos 65 quilómetros da sexta etapa, com final em Reims.
No caminho, a caravana do Tour atravessou várias localidades do denominado “Caminho das Damas”, uma zona que foi palco de algumas das maiores batalhas da I Guerra Mundial e onde o avô paterno de Hollande foi ferido.
“Ele sobreviveu e contou-me muitas histórias daquela guerra e também do ciclismo. Outros perderam aqui a vida e é a recordação deles que deve permanecer”, defendeu François Hollande.
O chefe de Estado francês recordou que o desporto também foi afetado pela Grande Guerra, particularmente o ciclismo, que perdeu nesse conflito três vencedores do Tour: os franceses Lucien Petit-Breton (vencedor em 1907 e 1908) e Octave Lapize (1910) e o luxemburguês François Faber (1909), ao serviço da Legião Estrangeira para defender a França.
Depois da vitória do alemão André Greipel (Lotto-Belisol) em Reims, Hollande destacou que a cidade francesa foi “o primeiro lugar da reconciliação franco-alemã”, onde se reuniram, pela primeira vez, o general De Gaulle e o chanceler alemão Konrad Adenauer.
Recordando que nunca nenhum presidente francês tinha visitado o “Caminho das Damas”, o chefe de Estado garantiu que o desporto pode contribuir para “limar arestas entre rivais”.
“O desporto pode ser uma porta de saída para guerras, pode transmitir uma mensagem de paz. Muitas nações em conflito deixam as armas durante uma competição importante”, disse.
Nesse sentido, Hollande destacou a transcendência do Tour, que é “como um mundial de futebol anual”.
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