O belga Eddy Merckx, por muitos considerado o melhor ciclista de todos os tempos, disse que o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) é um “campeoníssimo”, considerando justas as afirmações que o apontam como seu sucessor.
“Ouvi muitas vezes ‘este é o novo Merckx’ sem que se cumpram os requisitos, mas com o Tadej acho que os alcançámos. Mas sempre disse que não quero comparar, estou feliz por ter sido dos melhores da minha era”, explicou à Gazetta dello Sport.
As declarações surgem depois de o esloveno ter vencido, no sábado, a Strade Bianche, tendo sido o primeiro a juntar a Volta a França, que venceu nas últimas duas edições, à corrida italiana.
Chamando-lhe “campeoníssimo”, expressão italiana raramente empregue, habitualmente ‘reservada’ para nomes como Fausto Coppi ou Gino Bartali, Merckx disse mesmo que se “torna difícil descrever o que este jovem faz, para lá de espetacular e formidável”.
“Pensando que tem apenas 23 anos, é inacreditável o que é capaz de fazer”, resumiu.
Pogacar vai correr o Tirreno-Adriático na próxima semana, a caminho do ‘monumento’ de abertura, a Volta a Flandres, e a lenda belga vê-o como capaz de vencer as duas.
“Gosto como corre sempre para ganhar, o que significa que treina no limite e prepara tudo. Ciclistas como Pogacar dominam o desporto quando estão no topo. [...] Tenho a certeza que vai ajudar a elevar a nossa modalidade”, descreveu.
Profissional entre 1965 e 1978, Merckx venceu 11 grandes Voltas, com cinco Tour, cinco Giros e uma Volta a Espanha, os cinco ‘Monumentos’, três Mundiais de estrada, quase todas as corridas principais (à exceção do Paris-Tours) e ainda definiu à altura o Recorde da Hora, além de contabilizar inúmeros triunfos também na pista e insuperáveis recordes na estrada.
Depois de se estrear a vencer na Volta ao Algarve de 2019, ‘Pogi’, por seu lado, soma já, aos 23 anos, duas Voltas a França, o Tirreno-Adriático de 2021, ano dos primeiros ‘monumentos’, no caso a Liège-Bastogne-Liège e a Volta à Lombardia.
Comentários