A ciclista portuguesa Maria Martins (Le Col-Wahoo) volta no sábado à Paris-Roubaix, corrida ‘mítica’ que “vai ser sempre especial”, com o objetivo de tentar fazer melhor do que o 19.º posto de 2021.
Há muito conhecida como o ‘Inferno do Norte’, pelas condições extremamente difíceis que apresenta ao pelotão, a Paris-Roubaix estreou no ano passado a corrida feminina, na qual ‘Tata’ Martins, única ciclista olímpica de Portugal, na pista de Tóquio2020, foi uma das pioneiras.
O 19.º posto conseguido entra na história do ciclismo mundial, a 5.55 minutos da vencedora inaugural, a britânica Lizzie Deignan (Trek-Segafredo), uma das favoritas para voltar a erguer os braços.
“Desde o início do ano, e mesmo após a prova do ano passado, passei a apontar o Paris-Roubaix como uma das corridas mais importantes para o meu calendário. [...] Vou sempre apontar esta corrida, será sempre especial para mim”, conta a ciclista de 22 anos à Lusa.
Depois da estreia, este ano encarará a clássica “de forma mais natural”, e classifica-a como “uma corrida muito imprevisível”, na qual vai tentar controlar o que lhe for possível, no caso “o posicionamento, a alimentação, e as questões mais técnicas e táticas que for possível”.
Este “objetivo mesmo importante” a nível pessoal atravessa várias secções de empedrado e não é, em teoria, uma corrida especialmente apontada às suas características de ‘sprinter’ e ‘pistard’, ainda que tenha adquirido mais e mais valências na estrada.
“Vamos ver como vão as pernas. Apesar de não me sentir das atletas mais fortes nas subidas, no plano e ‘pavé’ tenho tido boas sensações. Quero ir para a corrida com a cabeça limpa, na altura logo se vê”, assume.
Esta, define, acaba também por ser “uma corrida de seleção e de eliminação”, uma eliminação que, em pista, é um dos seus pontos fortes, mas bastante distinta da estrada.
“Setor após setor vai haver seleções e o grupo vai ficando cada vez mais reduzido. A chegar um grupo ao final, certamente não será com muitas atletas. [...] Eu vou correr mais com a tentativa de aguentar ao máximo no grupo principal, sobreviver aos últimos setores, e ver como chegamos ao Velódromo de Roubaix”, onde está a meta, afirma.
A boa época até aqui reforça a ambição, com a multimedalhada na pista, e campeã nacional de estrada (fundo), a conseguir um quinto lugar na clássica Brugge-De Panne.
“Foi um resultado importante, numa corrida plana, das que mais gosto de fazer e que se assenta melhor a mim. Não era para ser eu a ‘sprinter’, mas a nossa principal atleta ficou retida”, revela.
A segunda edição da Paris-Roubaix feminina, que vai percorrer 124,7 quilómetros, está agendada para sábado, um dia antes de os homens percorrerem 257,2 entre Compiègne e Roubaix.
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