Diego Ulissi, vencedor de duas etapas na última Volta a Itália, foi forçado a interromper momentaneamente a sua carreira devido a um problema cardíaco, confirmaram hoje o ciclista italiano e a sua equipa, a UAE Emirates.

“Diego foi submetido aos exames médicos habituais exigidos pela UCI [União Ciclista Internacional] e pela equipa. Sentia-se bem, não sentia qualquer incómodo, mas a descoberta de um batimento irregular durante o esforço, não presente previamente, deixou-nos com dúvidas. Após ser submetido a uma ecografia e ressonância foi detetada uma miocardite”, explicou o médico da equipa, Michele De Grandi, em comunicado.

A miocardite é uma inflamação do músculo do coração, geralmente provocada por uma infeção viral.

Ulissi, de 31 anos, ficará em repouso absoluto durante uns meses, período no qual será alvo de exames mais exaustivos para determinar com rigor o seu quadro clínico.

“Nunca tive qualquer sintoma da doença, sempre me senti bem. Felizmente, a equipa médica da equipa atuou com rapidez e descobriu a anomalia. Agora, vou fazer uma paragem, que espero que seja temporária, tendo em conta que a prioridade é a saúde, porque a vida não se esgota na bicicleta”, disse o italiano que, além das duas vitórias na edição deste ano, tem outros seis triunfos em etapas no Giro.

O revés para Ulissi, colega de equipa de Rui Costa e dos irmãos Rui e Ivo Oliveira, chega após aquela que, muito provavelmente, terá sido a melhor temporada da sua carreira, como reflete o seu oitavo lugar no ‘ranking’ de 2020 da UCI.

“Já estava a iniciar a minha preparação para 2021, com o desejo de aproveitar os resultados do ano que passou. Contudo, agora, encontro-me diante de uma situação inesperada. Creio que o meu estado anímico é compreensível para todos”, afirmou.

O italiano, que começou a carreira na Lampre, equipa que representou entre 2010 e 2016, e se mudou para a UAE Emirates em 2017, tem no seu currículo 38 vitórias, entre as quais se destacam as na Volta ao Luxemburgo (2020), na Volta à Eslovénia (2019 e 2011), no Grande Prémio de Montreal (2017), na Volta à Turquia (2017) ou o Giro dell'Emilia e a Milão-Turim, em 2013.

Ulissi esteve suspenso durante nove meses devido a um controlo positivo por salbutamol na Volta a Itália de 2014, justificado pelo próprio com duas inalações de um medicamento que continha salbutamol, depois de ter sofrido uma queda numa etapa de uma edição em que foi um dos grandes animadores.