O ciclista colombiano Miguel Ángel López foi hoje sancionado com quatro anos de suspensão devido ao uso e posse de menotropina, uma substância dopante, durante a Volta a Itália de 2022, anunciou a União Ciclista Internacional (UCI).
Em comunicado, a UCI dá conta de que o período de suspensão começou em 25 de julho de 2023, quando tomou a decisão preventiva sobre o colombiano, e permanecerá em vigor até 24 de julho de 2027, uma decisão de que López já anunciou que vai recorrer.
O ciclista, agora com 30 anos, corria então pela Medellín-EPM, no seu país natal, após ter ficado sem contrato na Europa precisamente devido às suspeitas de doping, sendo sancionado pelo que ocorreu durante o Giro2022, quando representava a Astana e abandonou à quarta etapa.
Esta resulta de uma investigação da Agência Internacional de Testagem (ITA) com base em provas da ‘Operação Ilex’, levada a cabo pela Guarda Civil espanhola e a agência espanhola antidopagem (CELAD).
Esta decisão sobre López, com 25 vitórias como profissional, incluindo um pódio na Volta a Espanha e outro na Volta a Itália, ambos em 2018, é passível de recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).
"Apelarei de imediato ante a UCI e defenderei a minha inocência, como sempre tenho feito. Confio voltar ao mundo competitivo do ciclismo", escreveu hoje Miguel Ángel López, na rede social Instagram.
Tendo sido informado da decisão, 'Superman' discorda "profundamente da mesma, desmarca-se das decisões judiciais prévias em Espanha, das do próprio TAS". "Insisto que assentam a existência de uma infração numa interpretação de conversas que foram manipuladas", sustentou, numa alusão às mensagens trocadas com outros investigados e que constam da investigação.
O ciclista, hoje com 30 anos, viveu vários anos de ribalta na Europa, acabando no top 10 final todas as sete grandes Voltas que conseguiu acabar, conquistando ainda três etapas na Vuelta, a Volta à Catalunha e a Volta à Suíça, mas as suspeitas, e ligações a Marcos Maynar, sempre 'pairaram'.
No centro da ‘Operação Ilex’ está o médico Marcos Maynar, acusado de uma série de práticas relacionadas com doping no ciclismo em Espanha e não só. Rúben Pereira, diretor desportivo da Sabgal-Anicolor, é uma das pessoas sob investigação no âmbito dessa operação.
Em maio de 2022, a Guarda Civil deteve em Cáceres Marcos Maynar, antigo médico da equipa de ciclismo portuguesa LA-MSS, por um alegado delito de tráfico ilegal de medicamentos, tendo-lhe sido imputados um crime contra a saúde pública e outro de tráfico ilegal de medicamentos.
Maynar, professor da Universidade da Estremadura, já foi detido em 2004 numa operação contra o tráfico de substâncias dopantes nos ginásios.
Cinco anos depois, foi suspenso por 10 anos pela Federação Portuguesa de Ciclismo “por, durante a época desportiva de 2008, ter prescrito e/ou fornecido substâncias proibidas e mascarantes a alguns ciclistas” da LA-MSS.
Em 2015, o médico foi um dos seis acusados num alegado caso de dopagem a remadores do clube de Urdaibai, tendo sido absolvido no julgamento.
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