Os Mundiais de ciclismo de estrada arrancam hoje em Innsbruck, na Áustria, onde uma seleção portuguesa de 12 corredores apresenta-se com um espírito de otimismo e de concentração em manter os bons resultados dos últimos anos.
Os principais destaques da comitiva lusa, sem representantes femininos, são o campeão mundial de fundo de 2013, Rui Costa, e Nelson Oliveira, que em 2017 terminou o contrarrelógio no quarto lugar, com os dois a juntarem-se a Tiago Machado e Rúben Guerreiro na prova de fundo, no último dia do campeonato, a 30 de setembro.
O primeiro português a participar numa prova é Nelson Oliveira, que no domingo integra a equipa espanhola Movistar no contrarrelógio coletivo, ainda que os primeiros lusos a participar pela seleção sejam os sub-23 João Almeida e Ivo Oliveira, no ‘crono’ da categoria.
O corredor da Movistar é um especialista no ‘crono’ e uma das principais esperanças de medalhas para Portugal, uma vez que conseguiu, em 2017, ficar ‘à porta’ do pódio e tem registado bons resultados na especialidade durante a temporada, sendo que a prova também terá o bicampeão nacional do ‘crono’, Domingos Gonçalves.
O exercício individual de elite terá 52,5 quilómetros, que ficarão marcados pela subida de Gnadenwald – 4,9 quilómetros com inclinação média de 7,1% e rampas que chegam aos 14% -, uma dificuldade colocada a 22 quilómetros do final.
De acordo com as contas da União Ciclista Internacional (UCI), a prova de fundo para elite será a 10.ª com maior acumulado de subida na história do Campeonato do Mundo.
É preciso recuar 22 anos, até 1996, em Lugano, para encontrar uma corrida com maior grau de dureza montanhosa: o acumulado na Suíça foi de 5.145 metros e em Innsbruck será de 4.670 metros.
Sobre o percurso do pelotão de elite, o selecionador português, José Poeira, descreve-o como “muito duro, dos mais duros em Mundiais”, pelas várias subidas de elevada inclinação.
“Tornam esta uma corrida muito dura e muito diferente das outras, mas os corredores é que fazem as corridas duras. Um mundial é um mundial, a clássica das clássicas, e é um título que todos querem e que é importante para qualquer corredor”, explicou o técnico.
Mesmo sendo sempre corridas “imprevisíveis”, um bom lugar será, para a seleção portuguesa, “estar dentro dos 10 primeiros”, o que já conseguido “muitas vezes”, mas só uma no topo, com Rui Costa, a principal esperança no fundo.
“Para nós, não será fácil, mas não é impossível fazer o que idealizamos. Espero que seja um dia bom (da prova de elites), de sorte, e a sorte procura-se”, considerou Poeira.
Nos sub-23, o grande destaque vai para João Almeida, que foi sétimo classificado na Volta a França do Futuro, a maior e mais prestigiada prova do seu escalão, e será ‘escudado’ por Gonçalo Carvalho, André Carvalho e Tiago Antunes, sendo que Almeida se junta a Ivo Oliveira, que tem “progredido muito no contrarrelógio”, no ‘crono’.
No escalão de juniores, a missão portuguesa está dificultada pela presença de apenas dois corredores, a “quota mínima” atribuída para as várias nações, e recai sobre Afonso Silva e Guilherme Mota a obtenção de um bom resultado.
A montanha é uma constante em Innsbruck e as provas de categorias inferiores não são diferentes, com um acumulado de 1.916 metros de subida nos juniores, ao longo de 138,4 quilómetros, e a de sub-23 com 2.910 repartidos por 186,2 quilómetros.
Os contrarrelógios de sub-23 e de juniores terão 28,5 quilómetros, sendo essencialmente a rolar, apesar de incorporarem alguns falsos planos e rampas desafiantes.
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