O italiano Filippo Ganna revalidou hoje o título mundial do contrarrelógio, no primeiro dia do Campeonato do Mundo de ciclismo de estrada, a decorrer na Flandres, batendo dois belgas na luta pelo título.
Ganna, de 25 anos, somou o sexto título mundial da carreira - quatro na pista e dois no ‘crono’ de estrada - ao cumprir os 43,3 quilómetros entre Knokke e Bruges em 47.47 minutos, seis segundos mais rápido do que Wout van Aert, segundo, e 44 do que Remco Evenepoel.
Nelson Oliveira foi o melhor português, na 13.ª posição, a 1.55 minutos, enquanto Rafael Reis foi 30.º, a 3.35, entre 55 participantes que concluíram o exercício.
O italiano bateu os dois belgas no seu ‘quintal’, depois de ter sido campeão em casa, em Imola, no ano anterior, deixando Van Aert a reforçar o estatuto de ‘eterno segundo’: foi ‘vice’ no ‘crono’ e no fundo em 2020, além de ter sido medalha de prata na prova de fundo dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, e hoje repetiu a dose.
Evenepoel, por seu lado, foi terceiro no exercício dos Europeus, e segundo na prova de fundo, depois de nos Mundiais de 2019 também ter conseguido a prata, num ano em que venceu o ‘crono’ dos Europeus.
“A minha condição vinha a melhorar muito. Fiz os Europeus [...], e não sabia como ia chegar aos Mundiais, mas hoje ao acordar tive boas sensações. Defender a camisola era muito importante e espero honrá-la durante o próximo ano, e poder defendê-la de novo. Hoje, acordei com o sonho de ganhar”, contou o campeão mundial.
De fora das medalhas ficou o dinamarquês Kasper Asgreen, quarto, e o campeão europeu, o suíço Stefan Küng, que foi quinto. O alemão Tony Martin, que hoje anunciou que vai encerrar a carreira nestes Mundiais, foi o hoje o sexto melhor numa prova em que detém o recorde de títulos (quatro), a par do suíço Fabian Cancellara.
A prova teve um final emocionante, dadas as chegadas próximas dos últimos dois a partir, Wout van Aert e Filippo Ganna, já depois de Remco Evenepoel ter passado muito tempo instalado na cadeira de mais rápido.
O jovem da Deceuninck-QuickStep tinha sido o único a baixar dos 49 minutos, mas acabou superado pelos dois favoritos, ambos abaixo dos 48, com ‘Top Ganna’ a partir os corações dos belgas em Bruges.
Aos 25 anos, o corredor da INEOS venceu a estafeta mista nos Europeus mas foi segundo na ‘sua’ praia, deixando dúvidas para os Mundiais, que não perdeu tempo a dissipar, num ano em que ainda conquistou um primeiro título olímpico, na perseguição por equipas.
Tetracampeão mundial da perseguição individual, desde 2016, juntou-lhe hoje mais um título desta natureza, num palmarés que é bom na pista e na estrada: ao todo, por Itália, são 11 medalhas em Mundiais e oito em Europeus.
Em ano de centenário, os Mundiais da Flandres prosseguem na segunda-feira com os contrarrelógios da elite feminina, com Daniela Campos em ação, e dos sub-23 masculinos.
Comentários