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A Agência Antidopagem dos Estados Unidos diz que detém provas «esmagadoras».
A Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA) garantiu, esta quarta-feira, deter provas «esmagadoras» de que o antigo ciclista Lance Armstrong esteve envolvido no caso de dopagem mais «sofisticado» da história, para ganhar sete edições do Tour.
Em comunicado, a USADA escreveu que a equipa US Postal, ao serviço da qual o norte-americano venceu sete edições da Volta a França, um recorde, montou «o programa de dopagem mais sofisticado, profissional e conseguido jamais visto na história do desporto».
As provas são «esmagadoras» e representam mais de 1.000 páginas, com testemunhos de 26 pessoas, incluindo 15 corredores «com conhecimento das atividades dopantes no seio da US Postal», precisou o presidente da USADA, Travis T. Tygart.
Entre estes, estão 11 ciclistas que foram colegas do heptavencedor do Tour, nomeadamente Tyler Hamilton, George Hincapie, Floyd Landis, Levi Leipheimer e Frankie Andreu.
O presidente da instituição norte-americana reconheceu que os corredores tiveram «uma coragem enorme» ao proporem-se para dizer a verdade.
«Estes documentos (...) reforçam as provas da utilização, posse e distribuição por parte de Lance Armstrong de produtos dopantes e confirmam a triste verdade na mentira criada pela US Postal, uma equipa que recebeu dezenas de milhões de dólares de subvenções pagas pelos contribuintes norte-americanos», completou.
O programa da US Postal estava destinado, segundo a nota, «a fazer pressão sobre os ciclistas para recorrerem a produtos perigosos» e foi montado «para que indivíduos que se consideravam acima da lei e que ainda hoje desempenham um papel maior e ativo no desporto».
De acordo com a nota de Tygart, «todos estes elementos (...) constituem uma prova inegável da conspiração duradoura e sustentada no seio da US Postal» e serão disponibilizados ainda hoje no sítio da agência na internet.
Terça-feira o advogado de Armstrong, Tim Herman acusou a USADA de ter sido «promotor, juiz, júri, tribunal de recurso e executor» na decisão de irradiar Lance Armstrong, que teve por base «uma versão parcial, tendenciosa e não comprovada dos acontecimentos».
O norte-americano de 41 anos foi irradiado do desporto em agosto, depois de se ter recusado a defender-se diante da agência, que invalidou todos os seus resultados desportivos desde 01 de agosto de 1998, incluindo os sete Tour que conquistou entre 1999 e 2006.
A competência da USADA limita-se ao território norte-americano, pelo que terá de ser a União Ciclista Internacional a retirar os títulos ao texano.
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