O boxe vai ser retomado esta noite na Nicarágua, com oito combates televisionados e com plateia ao vivo em Manágua, num país onde o futebol e o beisebol evitaram qualquer paragem competitiva apesar da COVID-19.
“Aqui não temos medo do coronavírus e não há quarentena. As três mortes (relatadas até agora pelo Ministério da Saúde) vieram de fora e ninguém dentro do país foi contaminado”, disse o promotor do evento, Rosendo Álvarez, conhecido como `El Bufalo’.
O ex-bicampeão mundial justificou o espetáculo com o facto de a Nicarágua ser “um país pobre” e de os ‘boxeurs’ “precisarem de comer, não podendo ficar fechados nas suas casas”.
“Este será o único ginásio no mundo aberto hoje”, congratulou-se Álvarez, revelando que o público ficará a dois metros do ringue e terá de usar máscara, depois de serem submetidos a uma medição de temperatura.
Segundo as autoridades, a Nicarágua mal foi afetada pela covid-19, revelando apenas 11 casos positivos e três mortes, números bem diferentes dos países vizinhos: o Sistema de Integração Centro-Americano registou cerca de 13.000 casos e cerca de 500 mortes.
Futebol e basebol continuam a competir e os jornais nicaraguenses trazem notícias de triatlo e torneios de luta livre escolar.
O presidente Daniel Ortega ordenou recentemente que 1,8 milhões de estudantes voltassem às aulas e 170.000 funcionários estaduais voltassem ao trabalho após 15 dias de férias.
Em abril, o Instituto de Turismo do governo promoveu pelo menos 81 eventos de massas, incluindo carnavais, desfiles e outras celebrações populares.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 198 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 766 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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