
Steve Kerr elogiou a decisão da Universidade de Harvard em recusar submeter-se à supervisão do governo dos EUA, liderado por Donald Trump.
O treinador dos Golden State Warriors, da NBA, apareceu na conferência de imprensa após a vitória sobre os Memphis Grizzlies com uma t-shirt da Universidade de Havard. O técnico de 59 anos revelou que recebeu a camisola de Tommy Amaker, treinador de basquetebol daquela instituição de ensino, que Kerr descreveu como um amigo.
"Parecia um bom dia para usa-lo", começou por revelar Kerr, antes de elogiar a atitude de Harvard de desafiar o decreto da administração Trump.
"Acredito na liberdade académica e penso que é crucial que todas as nossas instituições possam resolver as suas questões da forma que quiserem, e que não devem ser pressionadas e obrigadas a dizer o que ensinar e o que dizer pelo nosso governo. Isto é a coisa mais idiota que já ouvi. Mas parece ser algo um pouco normal agora. Por isso, sim, estou a apoiar Harvard - parabéns, parabéns por enfrentar o 'bully'", aplaudiu o técnico.
De recordar que Steve Kerr tem criticado Donald Trump pelas suas posições, mesmo antes das eleições. O técnico dos Warriors foi um fervoroso apoiante de Kama Harris, candidata derrotada pelo atual presidente dos EUA.
Donald Trump ameaçou, na terça-feira, retirar importantes benefícios fiscais a Harvard, um dia depois de a prestigiada universidade norte-americana ter recusado satisfazer as exigências feitas pela Casa Branca.
A nova crítica à instituição académica ocorre um dia depois de a administração dos Estados Unidos ter decidido retirar 2,2 mil milhões de dólares (1,94 mil milhões de euros) de subsídios federais plurianuais a Harvard.
A universidade privada com sede perto de Boston, que possui um património de mais de 50 mil milhões de dólares (44,1 mil milhões de euros), beneficia de uma isenção de impostos federais e estaduais, neste caso do estado de Massachusetts.
Tal como outras universidades norte-americanas, Harvard foi palco de protestos estudantis contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza, e tem sido alvo de críticas por parte da Casa Branca desde que Donald Trump regressou ao poder, em janeiro passado.
O chefe de Estado tem acusado Harvard e as outras instituições de permitirem que o antissemitismo se desenvolva nos seus campus, tendo a administração republicana solicitado que pusessem em prática uma série de medidas - incluindo uma “auditoria” às opiniões dos estudantes e do pessoal docente - sob pena de o governo federal travar subsídios.
Ao contrário da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Harvard recusou-se a cumprir.
Numa carta dirigida aos estudantes e professores, o reitor da universidade, Alan Garber, garantiu-lhes na segunda-feira que Harvard não renunciaria "à sua independência, nem aos seus direitos constitucionalmente garantidos".
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