O governo de transição do Mali foi hoje instigado pela organização Human Rights Watch (HRW) a investigar supostos abusos sexuais sistémicos no basquetebol feminino do país, punidos pela federação internacional (FIBA), que suspendeu ou baniu vários responsáveis.
"Todas as instituições do governo do Mali com jurisdição sobre o assunto, incluindo o sistema judicial, o Ministério da Juventude e Desportos, a federação e a FIBA devem investigar os abusos e encobrimentos que resultaram nas sanções da FIBA", instou a HRW.
De acordo com o relatório independente encomendado pela FIBA, na federação do Mali houve "aceitação institucional do abuso sexual" e "intimidação e represálias contra denunciantes", pelo que a HRW clama por uma “urgente monitorização contínua”.
Este organismo assume ainda a sua preocupação pela nomeação, em dezembro, de Jean-Claude Sidibé para presidente da federação do Mali, já que, segundo o relatório da FIBA, este dirigente teria ameaçado testemunhas sobre os abusos do ex-selecionador Amadou Bamba, violando assim a política de tolerância zero contra este tipo de comportamento.
Em junho passado, a FIBA baniu o ex-técnico e sancionou outros quatro altos dirigentes, entre eles o ex-presidente da federação, Harouna Maiga.
A HRW insta o Ministério da Juventude e Desportos do Mali a constituir uma comissão governamental de inquérito para investigar, imparcialmente, "os abusos sexuais sistémicos no basquetebol feminino e outros desportos femininos no Mali".
O escândalo de abuso sexual no basquetebol feminino do Mali foi denunciado em junho de 2021, quando a FIBA suspendeu vários elementos da federação africana denunciados por abusos de várias jogadoras.
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