A 26 de janeiro de 2020, há exatamente um ano, o mundo do desporto entrava em choque com a notícia da morte de Kobe Bryant, um dos mais emblemáticos basquetebolistas da história da modalidade.
Ao final da tarde daquele domingo chegaram as primeiras notícias que davam conta do desaparecimento da antiga estrela dos Los Angeles Lakers, mas muita tinta ainda iria correr.
Kobe Bryant morreu durante um acidente de helicóptero, em Calabasas, na Califórnia. Além do antigo atleta, mais oito pessoas morreram, entre eles uma das suas filhas, Gianna, de apenas 13 anos.
O acidente ocorreu pouco tempo depois das 10h00 da manhã na Califórnia em Las Virgenes Road, perto de Agoura Road, num dia de intenso nevoeiro. Após a queda, o aparelho, um Sikorsky S-76, incendiou-se. Kobe viajava para um jogo onde a sua filha Gianna ia jogar.
O que se sabe do acidente
Além de Kobe e Gianna, seguiam também no helicóptero John Altobelli, ex-jogador de basebol da Universidade de Houston e que treinava e dirigia o Orange Coast Coallege, a esposa Keri Altobelli e a filha Alyssa, também de 13 anos.
Christina Mauser, treinadora de basquetebol que trabalhava na academia de Kobe Bryant, foi outra das vítimas do trágico acidente. Mais tarde, as identidades de Payton Chester, também companheira de equipa e amiga de Gianna, e da mãe Sarah, foram confirmadas pela família no Instagram. A outra vítima foi o piloto Ara Zobayan.
Dias depois da tragédia, a organização norte-americana que investiga acidentes de transportes informou que os destroços do helicóptero não revelaram quaisquer indícios de falha no motor. A partir desta altura, começou a ser investigada a possibilidade de o piloto ser o culpado.
Como tal, um mês depois do falecimento de Kobe, o site 'TMZ' avançava que a mulher do antigo craque da NBA defendia que a aeronave não devia ter sido autorizada a voar, tendo em conta a falta de condições, e que iria avançar com um processo contra a empresa. Nas conversas antes do fatídico acidente, o piloto tinha relatado que não tinha a visibilidade necessária para voar. Apesar dos avisos, a empresa 'Island Express', deu autorização para que o voo se realizasse. A aeronave seguia a mais de 300 quilómetros por hora quando caiu.
No processo apresentado contra a 'Island Express', Vanessa Bryant alega que o piloto já tinha violado os regulamentos de visibilidade em 2015. Além disso, a aeronave não tinha um sistema de alarme recomendado, que alerta os pilotos em terrenos montanhosos e com mau tempo.
Alguns meses depois, em maio, o relatório toxicológico ao corpo do piloto Ara Zobayan, de 50 anos, indicou não ter sido detetada qualquer presença de álcool ou droga, em testes que procuraram vestígios de "benzodiazepina, cocaína, fentanil, heroína, marijuana, opioides, fenciclidina e anfetaminas". Depois disto, surgiu então a hipótese de desorientação causada pelas condições meteorológicas.
Em junho, um relatório do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) concluiu que o piloto do helicóptero terá mesmo ficado desorientado com o nevoeiro denso que se verificou pouco antes do impacto.
Ara Zobayan enviou mensagem via rádio aos controladores de tráfego aéreo dizendo que estava a subir para os 4.000 pés para ficar acima das nuvens quando, de facto, o helicóptero estava a mergulhar em direção a uma colina, contra a qual se viria a despenhar.
"Os ângulos aparentes que foram calculados até agora mostram que o piloto podia ter percebido mal os ângulos. Durante a descida final o piloto, respondendo, indicou que estavam a subir até aos 4 mil pés", pode ler-se no relatório.
O certo é que, passado um ano, o relatório oficial ainda não foi apresentado, mas as investigações apontam para que a morte dos ocupantes seja de causas acidentais. No entanto, as famílias das vítimas não estão dispostas a deixar a tragédia passar em branco e são vários os processos que ainda decorrem na justiça.
Uma carreira ímpar
Kobe Bryant, de 41 anos, foi cinco vezes campeão da NBA com os Los Angeles Lakers. Venceu a medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012 com a seleção norte-americana.
O basquetebolista, conhecido como o 'Black Mamba' (cobra mamba negra), chegou à NBA aos 17 anos e atuou ao longo de 20 anos nos Los Angeles Lakers, tendo sido cinco vezes campeão norte-americano e duas vezes campeão olímpico (Pequim2008 e Londres2012). É um dos únicos sete atletas que ultrapassaram a marca dos 30.000 pontos na carreia.
Kobe era, até um dia antes da sua morte, o terceiro melhor marcador da história da NBA, com 33.643, apenas atrás de Kareem Abdul-Jabbar (38.387) e Karl Malone (36.928), tendo sido ultrapassado por LeBron James (33.655).
Em abril de 2016, Kobe disputou a sua última partida na NBA, na qual marcou 60 pontos frente aos Utah Jazz, e tornou-se o jogador mais velho a anotar pelo menos 50 pontos num jogo na NBA.
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