O internacional cabo-verdiano Edy Tavares reconheceu à Lusa que está a atravessar um bom momento ao serviço do Real Madrid, mas não descarta um eventual regresso à liga norte-americana de basquetebol (NBA) no futuro.
"Está tudo em aberto. Sinto-me muito bem em Madrid, mas nunca fecho a porta a nenhum clube, até porque não sei quando irá chegar a próxima oferta. Tenho de continuar a trabalhar, esperando que um dia possa voltar aos Estados Unidos", frisou o poste de 27 anos, que cumpre a segunda temporada pelo emblema ‘merengue', ao qual está vinculado até 2020.
Com um registo global de 43 triunfos e 14 derrotas, o Real Madrid ocupa o segundo lugar da fase regular do campeonato espanhol, logo atrás do FC Barcelona, tendo perdido a final da Taça do Rei frente aos catalães, no mês de fevereiro, e arrecadado a Supertaça de Espanha, em setembro de 2018, diante do Saski Baskonia.
No plano internacional, o campeão espanhol procura consolidar o estatuto de emblema mais laureado na história da Euroliga, com 10 troféus, o último dos quais conquistados em 2017/18, numa edição em que Walter Tavares, conhecido pelo epíteto ‘Edy' que o avô lhe atribuiu, já foi nomeado o jogador mais valioso (MVP) de outubro.
O poste, de 2,21 metros, passou a ser o mais alto a receber o prémio em mais de 15 anos de atribuição da distinção de MVP do mês da principal prova europeia de clubes de basquetebol, graças a uma média de 10,3 pontos, 9,5 ressaltos e três desarmes de lançamento nas quatro partidas que realizou durante aquele mês.
"Este ano tínhamos pensado em conquistar todos os troféus, mas a Taça do Rei foi o que foi [derrota por 94-93, após prolongamento, num desfecho com muita polémica à mistura]. Resta-nos a ambição de revalidar o título nacional e a Euroliga, na qual já garantimos os ‘play-offs'", exprimiu Edy.
Entre entradas e saídas, o dono da camisola 22 considera que o Real Madrid possui um "plantel experiente, que disputou muitas finais e sabe o que tem de fazer" para atingir o sucesso, apesar de ter perdido o base esloveno Luka Doncic, MVP da Euroliga 2017/18, que assinou no verão pelos Dallas Mavericks.
Natural da ilha do Maio, no sota-vento de Cabo Verde, Walter aterrou na capital espanhola em novembro de 2017, depois de uns tempos no Unión La Palma, dos escalões secundários, que potenciaram a subida aos seniores do Gran Canaria, da Liga ACB, cuja estreia aconteceu em janeiro de 2013.
Pelo caminho, em junho de 2014, com 22 anos, foi selecionado pelos Atlanta Hawks na segunda ronda do ‘draft', corporizando a 43.ª escolha entre os 77 novatos provenientes das universidades norte-americanas ou do estrangeiro e tornando-se o primeiro jogador da diáspora lusófona a ser recrutado na NBA.
Edy Tavares, que "nunca pensou atingir o estrelato", integrou em definitivo a equipa do estado da Georgia em julho de 2015, pela qual somou 12 aparições, tendo ainda disputado um encontro com os Cleveland Cavaliers, intercalado numa dupla passagem pelos Raptors 905, do campeonato de desenvolvimento da NBA.
"Tentei somar minutos de todas as formas, mas não quis ficar mais um ano na NBA G. Percebi que, regressando à Europa ou permanecendo nos Estados Unidos, teria as mesmas hipóteses de ser convidado no futuro para regressar à melhor liga do mundo", explicou o atleta, que notou diferenças "físicas e mentais" em relação ao basquetebol "mais coletivo" do ‘Velho Continente'.
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