A Argentina, campeã mundial em 1950 e ‘vice’ em 2002, qualificou-se hoje para a final do 18.º Mundial de basquetebol, na China, ao ‘atropelar’ a França por 80-66 nas meias-finais, marcando encontro com a Espanha.
Muito mais intensa, sobretudo na defesa, a formação sul-americana dominou por completo os ‘carrascos’ dos Estados Unidos, num jogo que arrancou com um parcial de 10-2 e só esteve uma vez em desvantagem (23-24, no início do segundo período).
Individualmente, o veterano poste Luis Scola, de 39 anos, deu um verdadeiro tratado de bem jogador basquetebol, ao acabar o encontro com 28 pontos e 13 ressaltos, incluindo três ‘triplos’, mais do que qualquer jogar francês – somaram todos sete em 31.
O atual jogador dos Shanghai Sharks, campeão olímpico em 2004, esteve muito bem acompanhado, nomeadamente do base Facundo Campazzo, que pautou todo o jogo dos ‘albi-celestes’, fechando o embate com 12 pontos, sete ressaltos e seis assistências.
Gabriel Deck, com 13 pontos, e Luca Vildoza, com 10, também marcaram na casa das dezenas, num conjunto de Sergio Hernández que, coletivamente, foi implacável em termos defensivos, anulando por completo todas as ‘estrelas’ francesas.
O poste Rudy Gobert, que tinha sido um ‘monstro’ face aos Estados Unidos, nos ‘quartos’, foi completamente ‘engolido’ pelos sul-americanos, ficando-se por míseros três pontos – só lançou três ‘tiros’ de campo, em 29.04 minutos – e 11 ressaltos.
Frank Ntilikina acabou por ser o melhor, com 16 pontos, o mesmo registo de Evan Fournier, que também esteve a ‘quilómetros’ do que fez face aos norte-americanos, já que só acertou seis de 17 ‘tiros’ de campo e desperdiçou quatro de sete lances livres.
A linha de lance livre foi, aliás, um enorme problema para os franceses, que encerraram o jogo com ‘paupérrimos’ 52%, com 13 marcados, em 25 tentados, incluindo dois em seis numa fase importante, quando tentavam ‘reentrar’ no jogo no quarto período.
O conjunto europeu ‘conseguiu’ até, com uma equipa bem mais alta, perder a luta nas tabelas, ao ficar-se pelos 36 ressaltos, contra 41 dos argentinos.
A França marcou o primeiro lançamento do jogo, mas a Argentina mostrou logo ao que vinha: defesa muito agressiva, a dar tudo em casa jogada, e muita inteligência no ataque, com Scola em destaque, que valeu uma prematura vantagem de 10-2.
Os gauleses reagiram e chegaram a estar a dois pontos (14-12), mas os argentinos não se assustaram e mantiveram-se na frente, terminando o período inicial a vencer por três (21-18).
No início da segunda parte, a França conseguiu, num ápice, voltar ao comando, por um ponto (24-23), mas o técnico argentino solicitou um desconto de tempo, os jogadores voltaram a aumentar a intensidade defensiva e regressaram depressa ao comando.
O intervalo chegou com os sul-americanos já com sete pontos à maior (39-32), depois de um espetacular ‘triplo’ de Campazzo em cima da ‘buzina’, isto depois de uma primeira parte que os gauleses concluíram com dois em 13 nos ‘triplos’.
O domínio dos argentinos acentuou-se no início da segunda parte, com a vantagem a crescer rapidamente para ‘escandalosos’ 15 pontos (55-40) e a estabilizar-se acima da dezena até ao final do terceiro período (60-48).
No começo do quarto período, com Gobert mais ativo, os gauleses colocaram-se a oito pontos e pareciam capazes de ainda puderem discutir o resultado, mas até a linha de lance livre os atraiçoou, minando por completo a confiança, que já não era muita.
Assim, os argentinos rumaram tranquilamente para a vitória, que Scola ‘selou’ de forma magistral, com dois ‘triplos’ consecutivos, que deixaram o resultado em 74-59, a 3.12 minutos do fim. Até ao final, foi só cumprir calendário.
No domingo, a Argentina vai discutir o título com a Espanha, num embate que colocará frente a frente vários companheiros de equipa no Real Madrid (Campazzo, Laprovittola e Deck, pelos argentinos, e Llull e Rudy Fernández, pelos espanhóis), Scola perante Gasol e terá em campo as duas melhores defesas da prova.
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