Junior Bridgeman, antigo jogador da NBA e um dos empresários mais bem-sucedidos do desporto norte-americano, faleceu esta terça-feira aos 71 anos, após uma emergência médica durante um evento de angariação de fundos em Louisville, Kentucky.

De acordo com as cadeias de televisão WLKY e WAVE, Bridgeman sentiu um forte aperto no peito durante o evento, levantando suspeitas de um possível enfarte. A notícia do seu falecimento abalou o mundo do basquetebol e dos negócios, com várias figuras a manifestarem pesar pela sua perda.

"Estou devastado ao saber do falecimento repentino de Junior Bridgeman. Foi um empreendedor excecional que, após uma notável carreira na NBA, tornou-se um líder empresarial respeitado e de enorme sucesso", afirmou Adam Silver, comissário da NBA, em comunicado.

Doc Rivers, atual treinador dos Milwaukee Bucks, também deixou uma mensagem de homenagem: "Pensem naquele miúdo que cresceu a sonhar ser jogador da NBA e acabou por se tornar proprietário de uma equipa da liga. É o exemplo perfeito que a NBA deve promover junto dos jovens jogadores."

Uma carreira sólida na NBA

Junior Bridgeman destacou-se na Universidade de Louisville, onde ajudou a equipa a alcançar a Final Four da NCAA em 1975. O talento valeu-lhe a oitava escolha no Draft da NBA desse ano pelos Los Angeles Lakers, mas acabou por ser envolvido numa troca que levou Kareem Abdul-Jabbar para os Lakers e o enviou para os Milwaukee Bucks.

Ao longo de 12 temporadas na liga, 10 das quais ao serviço dos Bucks, Bridgeman tornou-se num dos melhores Sextos Homens da NBA, sendo reconhecido pelo seu impacto vindo do banco. Terminou a carreira em 1987 com médias de 13,6 pontos, 3,5 ressaltos e 2,4 assistências por jogo. Em reconhecimento pelo seu contributo à equipa, os Bucks retiraram o número 2.

Sucesso empresarial e impacto na comunidade

Apesar de ter ganho cerca de 2,95 milhões de dólares ao longo da carreira de jogador – nunca ultrapassando os 350.000 dólares por temporada –, Bridgeman construiu um império empresarial no setor da restauração. Chegou a possuir mais de 450 restaurantes das cadeias Wendy’s e Chili’s em todo os Estados Unidos e expandiu os seus negócios como distribuidor de Coca-Cola, adquirindo também as revistas Ebony e Jet e investindo na NBA África.

Para além da sua atividade empresarial, dedicou-se a apoiar jovens atletas, aconselhando-os sobre finanças e a importância da gestão do património. "O dinheiro pode desaparecer, seja 80.000 ou 80 milhões de dólares, pode desaparecer sem que te apercebas", alertava Bridgeman em entrevistas.

A sua influência no basquetebol também se estendeu ao papel de presidente da Associação Nacional de Jogadores de Basquetebol entre 1985 e 1988.

Segundo a revista Forbes, publicada em fevereiro deste ano, Junior Bridgeman acumulou uma fortuna superior a 1,4 mil milhões de dólares, provando que a inteligência financeira e o espírito empreendedor podem transformar uma carreira desportiva numa história de sucesso muito além dos campos.