A atleta Vanessa Carvalho conseguiu o segundo lugar na maratona do Porto, tornando-se na primeira portuguesa a atingir o pódio desde 2017, enquanto José Sousa (sexto) foi o melhor luso na prova masculina.
A corredora de Vila Nova de Famalicão completou o percurso de 42,195 quilómetros em 2:35.24 horas, ultrapassando em cerca de cinco minutos o seu antigo recorde pessoal (2:40.30 horas), atingido em Valência (2019).
Após a chegada à meta, Vanessa Carvalho mostrou-se emocionada com o segundo lugar e o estatuto de melhor atleta portuguesa na prova e fez questão de mencionar todos os que contribuíram para o seu sucesso na competição.
"É um misto de muitas emoções.[...] Eu vim cá com esta ambição e precisava de dar esta prenda a mim própria e a todos aqueles que me acompanham: a minha família, a minha treinadora, o meu grupo de treino, esta organização [da maratona], que sempre acreditou em mim... Portanto, isto era o mínimo que lhes podia dar e retribuir", afirmou a atleta do Sporting de Braga, em declarações à Lusa.
Segundo a corredora, que ficou a 5.26 minutos da queniana Alice Kimutai, vencedora da maratona do Porto, os últimos quilómetros da corrida foram determinantes para o resultado obtido, apesar de representarem a fase em que começou "a acusar algum cansaço".
"Fala-se na barreira dos 30, 35 [quilómetros]... É certo que aí já começamos a acusar algum cansaço. No entanto, nessa parte, foi quando me comecei a aproximar da segunda classificada [a queniana Lydia Mathathi, na altura] e, por outro lado, quando comecei a motivar-me e a tentar recuperar quilómetro a quilómetro, tanto que consegui o segundo lugar", explicou.
Vanessa Carvalho enalteceu a organização da prova, que considera ser de "excelência a nível internacional", e disse ter desfrutado da prova, apesar da "dificuldade acrescida" causada pelas condições atmosféricas, que exigiram mais "concentração e cuidado".
"Esta organização é de excelência a nível internacional, em todos os pormenores. Desde o percurso, toda a envolvência, o público... A Runporto sempre acreditou em mim desde o início e eu tenho de lhes agradecer por isso. O resultado está à vista, com mais uma edição bem sucedida", elogiou a atleta.
Já José Sousa, que conseguiu o sexto lugar da classificação geral, apesar de ter sido o melhor português na competição masculina, não ficou satisfeito com o seu tempo (2:18.34), ainda assim melhorando o seu registo de 2019 (2:19.25), em que também foi o melhor atleta luso em prova.
"Sinto-me bem [por ser o melhor português], mas não era este o resultado que eu queria. O tempo não ajudou, estava muito vento. Tive tudo controlado até aos 20 [quilómetros], depois tive algumas 'dores de burro' até aos 30 quilómetros e aí tive de tentar gerir e pensar noutras coisas para não desistir", explicou à Lusa.
O corredor do São Salvador de Campo considera que "as condições atmosféricas não foram as melhores", o que diz ter afetado a sua prestação, mas garantiu que voltará a participar na maratona, de modo a melhorar a sua marca.
"Hei-de cá voltar. À terceira, vai ser de vez, com o tempo que eu desejo", reiterou.
O circuito voltou a estender-se pela frente atlântica das cidades de Porto e Matosinhos, uma vez que, à imagem da edição anterior, as obras no tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I continuam a impossibilitar a passagem por Vila Nova de Gaia.
Já o local de chegada passou da Avenida do Parque, junto ao Parque da Cidade, para o Queimódromo, meta da maratona do Porto entre as edições de 2016 e 2019, mas onde esteve instalado um centro de vacinação e testagem à covid-19 em novembro de 2021.
O evento iniciou junto ao Sea Life, na via do Castelo do Queijo, em simultâneo com uma caminhada de cinco quilómetros, sem fins competitivos e para qualquer faixa etária, e de uma corrida solidária de 10.000 metros.
De acordo com a Runporto, as três provas reuniram quase 10.000 participantes, de 72 nacionalidades, dos quais sensivelmente 4.500 competiram na distância olímpica.
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