Depois do título olímpico em 2021, seguiu-se mais um ano de sonho para Pedro Pablo Pichardo, que a 24 de julho de 2022 sagrou-se campeão do mundo de triplo salto em Eugene, nos Estados Unidos. Fê-lo com 17,95 metros alcançados logo no primeiro salto, naquela que foi a melhor marca mundial do ano. O saltador do Benfica impôs-se a Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso, que levou a prata (17,55 metros), e a Yaming Zhu, da China, que ficou com o bronze (17,31 metros).
Este foi o primeiro ouro mundial de Pichardo, que melhorou as duas pratas conquistadas em 2013 e 2015 – na altura, ainda a representar Cuba, país onde nasceu. Para Portugal, foi o segundo título mundial no triplo salto, com Pichardo a replicar o feito de Nélson Évora em 2007.
Na primeira reação após receber a medalha de ouro, Pichardo apontou a mais conquistas: "Ainda falta ser o primeiro português a ultrapassar a barreira dos 18 metros, ainda falta bater o recorde do mundo, falta ser campeão da Europa, falta muita coisa, muita coisa, porque há sempre alguma coisa para conquistar."
Menos de um mês depois, Pichardo arrebatou o ouro na final do triplo salto nos Europeus multidesportos, em Munique. Mesmo longe da melhor marca do ano (17,95 metros), o segundo salto do português foi suficiente para lhe dar o ouro: 17,50 metros, superiorizando-se ao italiano Andrea Dallavalle e ao francês Jean Marc Pontvianne, medalhas de prata e bronze, respetivamente. Com o título mundial em julho e olímpico em agosto de 2021, o atleta do Benfica completava assim um triplete de ouro.
Na última tentativa, Pichardo não esteve longe de bater Jonathan Edwards no recorde do Mundo alcançado pelo britânico em 1995, mas acabou por fazer um salto nulo. O português não fecha a porta a novas tentativas de ficar com a melhor marca de sempre.
"Estou muito feliz. Era o título que me faltava para encher o meu currículo. Agora, resta-me continuar a trabalhar para atingir mais títulos e fazer grandes saltos", disse no final da sua prova, reforçando que agora o foco está em bater o recorde mundial.
Um ano feliz também para Dongmo
No que toca ao atletismo, este também foi um ano de excelência para Auriol Dongmo. Em março, a portuguesa sagrou-se campeã mundial de lançamento do peso nos Mundiais de atletismo em pista coberta, disputados em Belgrado, na Sérvia. O triunfo foi garantido com um arremesso de 20,43 metros, melhor marca mundial do ano e novo recorde nacional absoluto.
"Pedi a Deus que me desse esta medalha", referiu Dongmo no final da prova. Já Pichardo ficou com a prata no triplo salto, perdendo o ouro para o cubano Lazaro Martinez, depois de não ter concluído a sua série de saltos por se ter lesionado.
Depois de ter sido quinta nos Mundiais de Eugene, Auriol Dongmo voltou a festejar nos Europeus multidesportos, ao conquistar a medalha de prata. A atleta do Sporting não defraudou as expectativas, ao terminar com um novo recorde nacional de 19,82 metros, que lhe conferiu o segundo lugar, atrás da neerlandesa Jessica Schilder, vencedora com 20,24.
De realçar que Portugal terminou a participação nesses Europeus com oito medalhas, designadamente quatro de ouro, através de Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto, de Iúri Leitão, no scratch do ciclismo de pista, de Kevin Santos (K1 200) e de Fernando Pimenta (K1 5.000), que também conquistou uma de prata (K1 1.000) e uma de bronze (K1 500), e uma de prata, por Auriol Dongmo, no lançamento do peso. Na paracanoagem, Norberto Mourão garantiu o bronze na classe VL2.
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