A Federação de Triatlo de Portugal (FTP) mantém a firme confiança de que poderá ter cinco elementos a competir em Paris2024, reconhecendo, contudo, que a presença feminina está mais fácil de conseguir através das estafetas mistas.

“Sabíamos que no setor feminino poderíamos ter alguma dificuldade, mas apuramos quatro atletas diretamente se qualificarmos as estafetas que, neste momento, estão em lugar elegível. Vamos continuar a trabalhar para que, daqui a ano e meio, estejamos igual”, disse à Lusa o presidente da FTP, Sérgio Dias.

Para os próximos Jogos Olímpicos avançam as sete melhores seleções do ranking, mais o país organizador e as equipas campeãs do mundo ou as ‘vice’, caso esta se repita. Assim, o nono lugar de Portugal é, atualmente, o derradeiro a ser bem-sucedido, sendo que o próximo Campeonato do Mundo pode ditar que as 10 mais fortes do ranking compitam na capital francesa no próximo ano.

“Tudo aponta para conseguirmos estar dentro dos lugares elegíveis. E, como dizem os treinadores, é sempre melhor estar do lado de dentro do que do lado de fora”, vincou.

Em termos de rankings de qualificação individuais, Vasco Vilaça é 10.º, João Silva 12.º e João Pereira 33.º, sendo que o terceiro elemento de uma equipa masculina para estar em Paris2024 tem de estar nos 30 primeiros. Já Ricardo Batista é 58.º.

No setor feminino, Melanie Santos é somente 63.ª e Maria Tomé 88.ª, pelo que a via atual mais provável está mesmo nas estafetas mistas.

Quem já está garantida é Paula Maia, que vai integrar o quadro de 28 árbitros de triatlo nos Jogos Olímpicos.

“Queremos estar em todas as frentes. Em Tóquio2020, tivemos o Mário Carvalho e, agora, a Paula a seguir-lhe as pisadas. É sinal da vitalidade da modalidade em todas as frentes, um motivo de orgulho para todos nós”, realçou.

Se no alto rendimento todos os focos estão nos Jogos Olímpicos, em termos organizativos há já uma grande expectativa pela Taça da Europa de Quarteira, no próximo fim de semana.

“É uma prova muito concorrida em termos internacionais. Está muito bem em termos de presenças, com vários elementos de gabarito mundial e olímpico, garantia de que vai ser uma prova bem disputada e animada”, vaticinou o dirigente.

João Pereira e Melanie Santos são os únicos da elite lusa a estarem presentes, facto justificado com os “objetivos maiores” dos atletas, que competem no circuito mundial e lutam por Paris2024.

“Não há nenhum motivo em particular a não ser objetivos maiores e sobreposição de calendário, pois no triatlo há grande densidade competitiva e têm de ser feitas opções. Gostaríamos de ter todos os nossos melhores desportistas, mas nem sempre isso é possível. Temos de aproveitar quando cá estão, casos este ano do João Pereira e da Melanie Santos”, desejou.

Sérgio Dias disse ainda que a federação não se imiscui nas opções dos atletas quanto aos seus treinadores, escusando-se a comentar o fim da ligação entre Melanie Santos e o técnico Lino Barruncho, prometendo apenas “apoiar sempre” os competidores.