João Coelho admitiu hoje querer “mais e mais e mais” depois de se ter tornado no português mais rápido de sempre nos 400 metros, ao correr a distância em 44,79 segundos, obtendo marca para os Jogos Olímpicos Paris2024.

“Foi uma sensação incrível e de dever cumprido, com a marca de qualificação direta. Ainda nunca me tinha passado pela cabeça, mas ter conseguido hoje, com esta marca, deixou-me muito feliz”, sublinhou João Coelho, em declarações à agência Lusa.

O velocista de 24 anos conquistou a medalha de ouro nos 400 metros nos Jogos Mundiais Universitários, em Chengdu, na China, onde, apesar da temperatura e da humidade, melhorou os 45,05 do recorde nacional que já tinha estabelecido nos Jogos Europeus Cracóvia2023, em junho último.

“Foi um bom dia para ‘voar’! Foi muito bom, eu estava muito confiante, encarei esta prova com o máximo de confiança e ambição. Queria muito correr em 44 segundos, tinha estado descontraído nas eliminatórias e na semifinal, sabia que estava a valer o meu recorde pessoal e foi dar tudo. Tive um adversário muito bom, que se superou, foi até ao fim, e foi o que a marca acabou por ser”, explicou o velocista do Sporting.

O atleta natural de Vila Franca de Xira cumpriu uma volta à pista chinesa em 44,79 segundos, 21 centésimos abaixo da marca de qualificação olímpica, mas com o mesmo tempo do australiano Reece Holder, segundo classificado, sem que, por isso, tivesse provocado dúvidas, à primeira vista, no triunfo do português.

“Inicialmente, sim [achei que tinha vencido]. Porque eu, quando meti um pé para a frente e me inclinei para a meta, olhei pelo canto do olho e julguei estar à frente… Pelos vistos não estava assim tão à frente e foi esperar até a marca sair e ser declarado vencedor”, explicou.

O oitavo classificado na distância nos Europeus em pista coberta, disputados em março, em Istambul, na Turquia, promete o máximo empenho para os Mundiais ao ar livre, agendados para entre 19 e 27 de agosto, em Budapeste: “Eu estou na minha melhor forma. O Mundial está à porta, vou continuar a treinar e a correr o mais rápido possível”.

E, porque o recorde já é seu, João Coelho aponta a novos objetivos e melhores marcas.

“Eu estou a treinar bem, espero correr sempre mais rápido. Porque não vivemos do passado, vivemos do presente e dos feitos que conseguimos alcançar. É nisso que acredito, que quero mais e mais e mais. Claro que estou muito contente, mas estou a trabalhar sempre para mais”, rematou.

Com o triunfo de João Coelho, a missão organizada pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) aos Jogos Mundiais Universitários de 2023 conta quatro medalhas, juntando-se ao ouro de Gabriel Lopes, nos 200 metros estilos, e às pratas de Camila Rebelo, nos 200 costas, e da lançadora do peso Eliana Bandeira.