O atleta Isaac Nader frisou na noite de sábado que “é uma sensação boa” vencer a São Silvestre de Lisboa, na qual salientou que esperava mais dificuldades, ao passo que Solange Jesus considerou que terminou o ano “da melhor forma possível”.
“É uma sensação boa. Eu esperava uma corrida diferente, pois esperava que o Samuel [Barata] não corresse em regime de treino, mas sim mais rápido, o que dificultaria as coisas de outra maneira. Até à subida ao Marquês, ia muito fácil. A parte que custa nas pernas realmente é a parte final”, realçou Isaac Nader, em declarações à agência Lusa.
O atleta do Benfica, que já detém marca de qualificação para Paris2024, cortou a meta em 29.09 minutos e conquistou pela primeira vez a prova, depois do terceiro lugar em 2021, sucedendo a Miguel Marques (Sporting), que este ano foi terceiro colocado, com 29.27, um segundo atrás de Miguel Moreira (Benfica), que concluiu no segundo posto.
“O primeiro quilómetro é sempre rápido nesta prova. Ao terceiro, baixou um pouco, voltámos a aumentar no sexto e depois perdemos sempre um pouco na subida. Este ano, não subi tão lento e também desci mais rápido, mas passei a Solange ainda antes de chegarmos a metade da subida. Sabíamos que a Solange era a grande favorita nas mulheres e que corre na casa dos 34 minutos, o que aconteceu. Se corrêssemos em 29 minutos, daria para vencer”, explicou, sobre o triunfo masculino na ‘guerra dos sexos’.
Na elite feminina, que, este ano, partiu com 03.43 minutos de vantagem em relação à elite masculina, a atleta do Sporting de Braga fez a estreia nesta prova com um triunfo, em 34.10 minutos, à frente de Maria Tomé (Clube de Natação de Torres Novas) e Carla Martinho (Recreio Desportivo de Águeda), em segundo e em terceiro, respetivamente.
“Era um objetivo claro tentar vencer a São Silvestre e terminar o ano da melhor forma possível. Queria ter corrido um bocadinho mais rápido, acabou por não ser possível, mas o principal objetivo era vencer e isso consegui”, expressou à Lusa Solange Jesus.
O piso escorregadio, face à chuva que caiu antes do início da corrida, dificultou a prova lisboeta, contou a atleta do clube minhoto, que correu “muito tempo sozinha” durante os 10 quilómetros, “o que torna mais difícil este jogo do gato e o rato com os homens”.
“Correr em grupo é muito mais fácil do que estarmos a correr contra nós mesmos. São atletas muito fortes. Eu tentei, saí bastante rápido, mas não consegui vencer a ‘guerra dos sexos’. Se tudo correr bem, acredito que para o ano seremos capazes”, sublinhou.
Com 2023 concluído, segue-se um ano olímpico e novos objetivos nas mentes de Isaac Nader e Solange Jesus, sendo que, no caso do atleta benfiquista, o ano que agora finda foi “diferente”, no qual acabou por dar “um salto muito bom em termos qualitativos”.
“[Em 2024] Temos três competições internacionais, mas os Jogos Olímpicos são o teto máximo. É nessa que temos de estar muito bem, não a 100%, mas a 200%”, constatou.
Uma afirmação que Solange Jesus corrobora: “É ano olímpico e vamos apostar todas as fichas aí. Estou muito feliz por todo o percurso que tenho feito. Já houve anos em que pensei que já não era capaz de fazer grande coisa no atletismo, mas fui capaz de dar a volta por cima e renasci das cinzas, como a fénix. Estou muito feliz pelo meu percurso”.
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