A única competição internacional da World Athletics no atípico ano de 2020, os Mundiais de meia-maratona, disputa-se sábado, em Gdynia, Polónia, e Portugal regressa à prova após uma ausência de 11 anos.

Um tão longo hiato entre a anterior presença e esta faz com que qualquer um dos seis lusos a competir seja estreante, mesmo as experientes Jessica Augusto e Sara Moreira, atleta que festejará os seus 35 anos no dia da corrida.

Tal como Sara Moreira, Jessica Augusto, quatro anos mais velha, também nunca correu os Mundiais de meia-maratona, mas a nível europeu as duas têm amplo palmarés, inclusivamente com medalhas conquistadas.

O ponto mais alto para as duas aconteceu há quatro anos, em Amesterdão, com o título de Sara Moreira e o terceiro lugar de Jessica - medalhas que juntam a uma recheada carreira em pista, corta-mato e maratona.

Menos cotado, decididamente, é o quarteto masculino, composto por Luís Saraiva, Nuno Lopes, Rui Pinto e Samuel Barata, sendo que todos encaram de forma realista que em Gdynia, mais uma vez, o domínio será de quenianos e etíopes, com uma ou outra intromissão, sobretudo de outros africanos.

Aliás, só em uma edição Portugal chegou ao pódio, justamente na edição de estreia, 1993 - Conceição Ferreira ganhou e as portuguesas ficaram com o bronze coletivo.

Desde 2004 que Portugal primava pela ausência, com as exceções de Anália Rosa, 18.ª em 2009, e Dulce Félix, 13.ª em 2008, num claro desinvestimento que passou muito pelo desinteresse dos melhores fundistas.

Agora, de forma surpreendente, duas das melhores lusas entusiasmaram-se com a ideia de correr a este nível. Inicialmente marcada para 27 de março, a pandemia de covid-19 'reagendou-a' para agora, determinando o 'sim' de Sara Moreira, em 'dia de soprar as velas'.

"No início da época, depois de um horrível ano de 2019, com duas lesões muito prolongadas, esta competição não fazia parte dos meus planos, até pela data em que estava marcada. Contudo, quando surgiu a notícia do seu adiamento e quando foi divulgada a nova data, disse logo que tinha de competir nesta prova", assumiu, em declarações publicadas na página oficial da Federação Portuguesa de Atletismo.

"Entrei em 2020 com muita esperança competitiva, até porque era a primeira vez que se iniciava o ano sem que eu tivesse alcançado os mínimos olímpicos. A minha opção é a maratona, mas as da primavera foram todas canceladas e no outono a mesma situação. Perante as incertezas agarrei esta oportunidade como um objetivo para lutar e trabalhar. Independentemente do que possa suceder, esta é uma competição que pode ainda ser um ponto alto de um ano em que fiz apenas provas de pista e que servirá de preparação para a maratona", acrescentou.

Face ao adiamento dos Campeonatos Europeus de Paris2020, entrará ainda na corrida como a campeã continental em título, uma situação inesperada. Além do mais, "não era a distância em que iria competir nos Europeus de Paris, principalmente porque em Tóquio queria competir na maratona e, sendo a competição continental depois dos Jogos, de certeza que não faria a meia maratona". explica.

"Sinto que irei correr um pouco às 'escuras', que fiz um bom trabalho, que o nível físico está em alta, assim como o psicológico, que o treino correu bem, pelo que agora espero que o resultado possa ser a prova do trabalho efetuado", assegura Sara Moreira, que não aponta para nenhum objetivo quantificado.

A partida da corrida feminina, em que já há uma desistência de última hora, a holandesa Sifan Hassan, recordista mundial da hora, está marcada para as 11 horas locais (10 horas em Portugal continental), seguindo-se depois a prova feminina.

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