A portuguesa Ana Cabecinha classificou hoje como "um murro no estômago" a penalização de dois minutos sofrida nos 20 km marcha, que a impediu de disputar as medalhas nos Europeus de Munique, na Alemanha.
"Foi um murro no estômago. Tenho mais de 20 anos de carreira e muitos mais de provas de marcha a nível internacional e só me lembro no 'meeting' de Huelva [Espanha] ter ido para a rua", afirmou, no final, a marchadora portuguesa, visivelmente agastada com a situação.
Ana Cabecinha estava inconformada com o facto de "pela primeira vez ter parado à entrada da última volta para o 'pit line'”, dizendo que “foi um murro no estômago".
"É injusto, é uma revolta muito grande e, quer queiramos quer não, ainda estava com muita força para ir à ucraniana que vinha em quinto e, infelizmente, fica um sabor amargo à entrada da última volta parar dois minutos, mas, pronto, faz parte, são as regras e temos de aceitar", afirmou a atleta alentejana, de 38 anos.
Apesar de ter chegado a ponderar desistir, o sentido patriótico falou mais alto: "Não foi fácil e durante os dois minutos pensei em não continuar, nada naquele momento fazia sentido, mas é o nosso país e continuei. Tentei apanhar mais duas atletas para ficar pelo menos nas oito primeiras, e fiquei em oitavo lugar, o que também é um bom resultado, acho eu".
Ana Cabecinha chegou a sonhar hoje com as medalhas, mas uma penalização à entrada para a última volta ruiu por completo essa esperança, terminando no oitavo lugar.
A grega Antigoni Ntrismpioti sagrou-se campeã europeia, tendo a polaca Katarzyna Zdzielblo arrebatado a prata e a alemã Saskia Feige o bronze.
A segunda edição dos campeonatos Europeus multidesportos está a decorrer em Munique até domingo e reúne nove modalidades, estando Portugal representado em sete, nomeadamente atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica artística, remo, ténis de mesa e triatlo.
Portugal soma já seis medalhas, designadamente duas de ouro, através de Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto, e de Iúri Leitão, no scratch do ciclismo de pista, uma de prata, por Auriol Dongmo, no lançamento do peso, e uma de prata (K1 1000) e uma de bronze (K1 500) do canoísta Fernando Pimenta.
Na paracanoagem, Norberto Mourão garantiu o bronze na classe VL2.
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